Invest

Petróleo salta mais de 7% após ataques de Israel ao Irã; ouro avança 1,7%

Brent atinge maior nível desde janeiro e investidores temem impacto em rota crucial para o petróleo

Publicado em 13 de junho de 2025 às 06h32.

Os preços do petróleo dispararam nesta sexta-feira, 13, após Israel lançar ataques aéreos contra o Irã, elevando o risco de escalada militar no Oriente Médio e alimentando temores sobre uma possível interrupção no fornecimento global da commodity.

Os contratos futuros do Brent subiram 7,4%, ou US$ 5,10, sendo negociados a US$ 74,46 por barril por volta das 5h43 (horário de Brasília), após atingirem a máxima intradiária de US$ 78,50, o maior nível desde 27 de janeiro. Já o WTI avançou 7,5%, para US$ 73,15, após tocar US$ 77,62, pico não visto desde 21 de janeiro.

A alta de hoje é a maior variação intradiária dos dois contratos desde 2022, ano em que a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou uma forte alta nos preços.

O ataque israelense, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, teve como alvo as instalações nucleares de Natanz, cientistas iranianos e centros de desenvolvimento de mísseis balísticos.

O Irã confirmou danos à instalação de Natanz, mas sem registro de contaminação radioativa. Segundo a mídia estatal iraniana, o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, foi morto durante os ataques. O governo iraniano prometeu retaliação, o que intensificou a tensão na região.

O mercado teme que o confronto afete o fluxo de petróleo pelo Estreito de Ormuz, rota por onde passam cerca de 20% do consumo global da commodity, ou algo entre 18 e 19 milhões de barris por dia.

Analistas do Skandinaviska Enskilda Banken e do Barclays apontaram que, até o momento, não houve interrupção física no transporte de petróleo nem ataques diretos a instalações de produção e exportação iranianas.

A possibilidade de um fechamento do estreito ou de uma resposta coordenada de grandes produtores da região poderia empurrar os preços para a faixa entre US$ 120 e US$ 130 o barril, segundo análise do JPMorgan. Nos últimos três dias, a valorização acumulada do Brent já soma US$ 10 por barril.

Para investidores, a incerteza gira em torno de quanto tempo essa alta pode durar. A Rystad Energy considera improvável um conflito prolongado, apontando a capacidade ociosa da Opep+ como um fator de estabilização. Além disso, grande parte do petróleo iraniano vai para a China, o que pode pressionar Teerã a evitar medidas que prejudiquem seu principal comprador, como o fechamento do estreito.

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Marco Rubio afirmou que os ataques foram uma ação unilateral de Israel e que Washington não participou da operação, pedindo que o Irã evite atacar alvos ou pessoal norte-americano. O presidente Donald Trump tem demonstrado preocupação com a alta dos preços de combustíveis no mercado interno.

Com a escalada das tensões, investidores buscaram ativos considerados mais seguros, como o ouro e o franco suíço. As bolsas globais operam em queda, e o dólar se valoriza frente a outras moedas, com o índice DXY subindo 0,2% nesta manhã.

Nesse contexto, os preços do ouro também avançaram. A cotação da onça troy de ouro chegou a subir até 1,7%, alcançando US$ 3.444, o maior patamar desde o início de maio. O movimento refletiu a aversão ao risco nos mercados globais e foi acompanhado pela valorização do dólar e pela queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:PetróleoOriente MédioIsraelIrã - PaísConflito árabe-israelenseCommodities

Mais de Invest

Nelson Tanure contrata banco francês para tentar comprar Braskem

Mega-Sena: concurso 2.876 não tem vencedor e prêmio acumula para R$ 110 milhões

Momento DeepSeek? Como este setor impulsionou rali de 60% na China

Minerva vende planta no Uruguai por US$ 48 milhões