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Em trimestre morno para seguro 'auto', Porto lucra 50% mais - resultado financeiro ajudou

Estratégia financeira é manter rentabilidade da principal fonte de receita dentro da vertical de seguros

Paulo Kakinoff, CEO da Porto: ordem é preservar rentabilidade da carteira (Porto/Divulgação)

Paulo Kakinoff, CEO da Porto: ordem é preservar rentabilidade da carteira (Porto/Divulgação)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Repórter de negócios e finanças

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 08h11.

A Porto (PSSA3) registrou lucro líquido de R$ 878 milhões no segundo trimestre de 2025. A cifra é 50% maior que a registrada um ano antes. A linha final do balanço foi impactada positivamente pelos resultados financeiros e operacionais da companhia, com três das quatro verticais de negócios registrando crescimento de lucro.

A receita líquida do grupo somou R$ 10 bilhões, com crescimento anual de 12%. Principal frente de negócios da empresa, a vertical Porto Seguro registrou um crescimento de 5% em seu faturamento, para R$ 5,4 bilhões. Destaque para Vida, com maior avanço percentual, de 17% ano a ano, e Patrimonial, com alta de 6%. O segmento Auto, o mais relevante dentro dessa vertical, cresceu menos, 3% em prêmios (para R$ 3,9 bilhões) e em frota segurada, com adição de 165 mil veículos (totalizando 6,2 milhões de unidades).

"Temos sido vocais sobre o papel da Porto em preservar a rentabilidade dessa carteira. Temos observado o ambiente competitivo, movimentações em competidores específicos com um nível de agressividade maior. Não é a prática da companhia", afirmou Paulo Kakinoff, CEO da Porto.

O seguro Auto também foi menos afetado pela sinistralidade, cujo índice recou 0,5 ponto percentual no trimestre, para 58,5%. Um ano antes, a Porto sentia no balanço os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul nessa linha do balanço.

Em Porto Saúde, houve um aumento de 24% no número de beneficiários, atingindo 751 mil, enquanto a parte de seguro odontológico ultrapassou 1 milhão de vidas cobertas. A receita da vertical foi a R$ 2 bilhões, com crescimento anual de 27%

O negócio de banking da companhia, Porto Bank, registrou um crescimento de 29% em cartões e empréstimos, com crescimento semelhante em consórcios, de 28%. O faturamento dessa frente de negócio avançou 30%, para R$ 1,8 bilhão.

A queda na sinistralidade do período, por sua vez, cobrou um preço à vertical Porto Serviço, cuja receita recuou 2% de um ano para o outro, chegando a R$ 624 milhões.

De toda forma, a Porto destaca que as quatro verticais tiveram rentabilidade sobre patrimônio (ROAE) acima de 21% - o índice consolidado foi de 24,6%.

O desempenho financeiro da Porto no 2º trimestre de 2025

O resultado financeiro da Porto no segundo trimestre mais que dobrou na comparação com um ano antes. Com crescimento de 121%, a cifra foi a R$ 376 milhões. A receita da carteira de aplicações financeiras gerida pela tesouraria foi de R$ 431 milhões, com rentabilidade de 86,4% do CDI.

A companhia destacou o desempenho da alocação em títulos indexados à inflação e um impacto positivo da renda variável. Celso Damadi, CFO da companhia, explicou que, no entanto, não houve aumento de exposição a ações - a alocação da carteira nesse tipo de ativo é de apenas 3%.

"A renda variável ajudou, mas não foi por aumento de exposição. O Ibovespa teve performance melhor, foi isso o que contribuiu", diz o executivo.

Revisão de guidance

Quatro pontos das projeções formais da companhia para 2025 sofreram alterações após os resultados do trimestre. A Porto revisou o guidance para crescimento de receita no segmento banking, agora em intervalo entre 20% e 28%. Antes, a empresa previa um intervalo de crescimento entre 14% e 22%.

As perdas de crédito esperadas, por sua vez, sofreram uma pequena alteração, na parte "baixa" do guidance anterior, que era de R$ 1,9 bilhão a R$ 2,3 bilhões - passou à faixa de R$ 2 bilhões a R$ 2,3 bilhões. O índice de eficiência da vertical foi revisto para o intervalo entre 32% e 34% (anteriormente estava entre 32,5% e 34%).

Também houve uma redução nas perspectivas de sinistralidade no segmento saúde, para o intervalo entre 73% e 78% (ante previsão de 75% a 80%). No segundo trimestre, houve um recuo de 2,1 pontos percentuais no índice em relação ao mesmo período do ano passado, para 77,3%.

Por fim, a Porto reduziu ainda a taxa efetiva de imposto de renda, que antes era de 30% a 34%, para o intervalo de 28% a 32%.

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