Declaração foi feita durante o painel no fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal (Al Drago/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 1 de julho de 2025 às 14h17.
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira, 1º, que a instituição continuará sendo "completamente apolítica", mesmo após as frequentes críticas do presidente Donald Trump, que tem pressionado pela redução das taxas de juros.
Powell fez a declaração durante uma reunião de líderes de bancos centrais em Sintra, Portugal, destacando que a missão do Fed é garantir estabilidade econômica e financeira para toda a população.
Ele explicou que, para cumprir com sucesso essa missão, é fundamental manter uma postura apolítica, sempre buscando os objetivos estabelecidos sem ceder a pressões externas.
Durante o evento em Sintra, Powell também abordou as consequências das tarifas comerciais e os desafios econômicos globais.
Em relação às taxas de juros, o presidente do Fed destacou que a instituição está adotando uma postura cautelosa, aguardando mais dados sobre os impactos econômicos antes de fazer ajustes.
Embora o impacto das tarifas ainda não seja amplamente sentido pela economia, Powell afirmou que, até que os efeitos sejam mais evidentes, não há necessidade de tomar decisões precipitadas sobre as taxas de juros.
No mesmo evento, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), defendeu Powell, dizendo que tomaria as mesmas decisões se estivesse em seu lugar, em resposta às críticas feitas por Donald Trump.
Lagarde, Powell e outros líderes de bancos centrais discutiram a importância de manter o foco nas metas econômicas, independentemente de pressões políticas.
Em relação à inflação, Lagarde observou que a taxa de 2% na zona do euro, alcançada em junho de 2025, está dentro das metas de médio prazo. Contudo, ela alertou para a necessidade de vigilância constante devido à "muita incerteza" e aos desafios geopolíticos, como as tarifas comerciais.
Andrew Bailey, governador do Banco da Inglaterra, também participou do painel, afirmando que a política monetária restritiva continuará no Reino Unido.
Bailey explicou que, embora o cenário econômico mostre sinais de abrandamento, o combate à inflação continua sendo a principal prioridade. Ele também destacou que os efeitos das tarifas ainda não foram plenamente sentidos pela economia, tornando a situação ainda mais incerta para as autoridades monetárias.