Totem com o logo da Raízen, joint venture da Cosan com a Shell. (Raízen/Divulgação)
Repórter de negócios e finanças
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 11h27.
O alívio durou pouco. As ações da Raízen (RAIZ4) voltam a amargar perdas na bolsa brasileira após disparar 10% na sessão de ontem. O motivo da valorização foi a notícia de que a Petrobras (PETR3, PETR4) estaria planejando voltar ao negócio de etanol, publicada pelo jornal O Globo. Para tanto, de acordo com as fontes ouvidas pelo veículo, a estatal estaria estudando a possibilidade de uma joint venture com a Raízen. Questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a petrolífera negou a informação.
"A Petrobras esclarece que não há qualquer projeto ou estudo de investimento em etanol ou distribuição com a Raízen", informou a Petrobras, em comunicado. Recentemente, a companhia anunciou que deve voltar ao ramo de distribuição, por decisão de seu conselho de administração.
A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, chamou o gesto de "deixar a porta aberta", durante a teleconferência sobre os resultados da companhia no segundo trimestre. Os executivos, na ocasião, disseram que a empresa está em busca de grandes clientes para a distribuição de combustível líquido.
Para o Bradesco BBI, o retorno ao etanol representaria uma volta a um mercado saturado e de baixo retorno.
"A Petrobras reafirma que decisões sobre investimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis", segue a nota da estatal.
A notícia desmentida pela petrolífera tinha conseguido amenizar um outro tombo recente que as ações da Raízen levaram, depois que a companhia admitiu a possibilidade de realizar um aumento de capital. Para os analistas do UBS BB, um possível aumento de capital poderia resultar em uma redução significativa da alavancagem e abrir caminho para um novo interesse dos investidores nas ações. No entanto, no curto prazo, esse movimento também representa uma diluição relevante para os acionistas.
Às 11h25 (horário de Brasília), as ações RAIZ4 lideravam as perdas do Ibovespa, com queda de 6,96%. As ações da Petrobras também recuavam: PETR3, caía 1% e PETR4, 1,32%.