RD Saúde: empresa aponta como um dos fatores para o resultado positivo o avanço da abertura de unidades em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 09h26.
A RD Saúde (RADL3) reportou crescimento de 19,3% no lucro líquido ajustado do terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 402,0 milhões . O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 909,3 milhões, crescimento de 12,2% no comparativo anual.
Considerando efeitos pontuais ocorridos no trimestre, o lucro líquido atingiu R$ 476,1 milhões, 31,5% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2024.
O lucro bruto chegou a R$ 3,314 bilhões, aumento de 11,6% na comparação anual. A margem bruta atingiu 27,4%, queda anual de 0,2 ponto percentual.
A RD aponta como um dos fatores para o resultado positivo o avanço da abertura de unidades em São Paulo, que contou com 30% das inaugurações no período, ante 18% há três anos, em 2022.
A receita líquida de vendas e serviços consolidada no período totalizou R$ 11,26 bilhões, e a bruta somou R$ 12,1 bilhões. Esse valor representa um crescimento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando a receita líquida foi de R$ 9,9 bilhões.
UBS dá compra para RD Saúde. Mercado está subestimando 'efeito Mounjaro'Em 30 de setembro de 2025, a dívida líquida totalizava R$ 2,846 bilhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024.
O índice de alavancagem financeira, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, ficou em 1,1 vez — leve alta de 0,1 ponto percentual na comparação anual.
A companhia investiu R$ 367,1 milhões no período, sendo R$ 146,9 milhões na abertura de novas farmácias e R$ 63,9 milhões na manutenção e reforma de unidades. Outros R$ 94,7 milhões foram destinados a projetos de tecnologia, R$ 55,6 milhões à área de logística e R$ 6,1 milhões a iniciativas diversas.
A companhia abriu 88 novas farmácias de forma orgânica no terceiro trimestre de 2025 e fechou 6 unidades no mesmo período, resultando em um saldo líquido de 82 inaugurações. Com isso, o grupo encerrou o trimestre com 3,4 mil lojas em operação no país.
Nos últimos 12 meses, foram inauguradas 329 farmácias — número que mantém o ritmo da estratégia de crescimento orgânico. O investimento para expansão consumiu R$ 146,9 milhões do Capex total de R$ 367,1 milhões no trimestre, valor direcionado exclusivamente à abertura de novas unidades.
A companhia reafirmou sua projeção de 330 a 350 aberturas brutas em 2025. O foco segue no modelo popular ou híbrido, que representou 79% das novas lojas no acumulado de 12 meses. O destaque foi o estado de São Paulo, onde ocorreram 30% das aberturas do período.
Nos últimos meses, uma novidade envolvendo o Mercado Livre deixou alguns analistas mais temerosos sobre o desempenho das varejistas farmacêuticas incumbentes, como RD Saúde. Trata-se da entrada da gigante do e-commerce no segmento através da aquisição de uma farmácia em São Paulo.
No entanto, o UBS BB elevou no final de outubro sua recomendação para as ações da RD Saúde, dona da Raia e da Drogasil, de ‘neutra’ para ‘compra’, com preço-alvo ajustado de R$ 20 para R$ 25 — o que representa um potencial de valorização de 28% até o fim de 2026.
Do lado da concorrência, o banco vê “risco limitado de disrupção” com a entrada do Mercado Livre no varejo farmacêutico. A avaliação considera o atual cenário regulatório, que restringe a venda de medicamentos por marketplaces. Mesmo em países com normas mais flexíveis, como México, Chile e Colômbia, a penetração do canal online segue baixa, segundo os analistas.
Ainda que haja mudanças regulatórias no longo prazo, a RD deve manter sua posição competitiva com base na capilaridade da rede física, na cobertura de entregas em até uma hora e na força da marca.