Roche: empresa prometeu investir US$ 50 bi nos EUA nos próximos cinco anos (Roche/Divulgação)
Redatora
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 06h43.
A farmacêutica suíça Roche Holding anunciou acordo para adquirir a norte-americana 89bio por até US$ 3,5 bilhões, em mais um movimento para disputar espaço no mercado de tratamentos contra obesidade e doenças metabólicas, segundo informações da Bloomberg.
A 89bio, com sede em São Francisco, desenvolve terapias para doenças metabólicas e tem como principal ativo o pegozafermin, medicamento experimental em estágio avançado de testes para tratar MASH — uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, que pode evoluir para cirrose ou câncer.
"À medida que vemos um aumento global da obesidade e do diabetes tipo 2, estamos realmente assistindo a uma explosão de pacientes com MASH”, disse Teresa Graham, presidente da unidade farmacêutica da Roche.
As ações da Roche sobem menos de 1% no pregão desta quinta-feira, 18, em Zurique e acumulam alta de cerca de 2% em 2025.
O acordo de aquisição prevê pagamento inicial de US$ 14,50 por ação em dinheiro e até US$ 6 adicionais por ação caso metas sejam atingidas, elevando o valor total a US$ 3,5 bilhões.
O montante representa prêmio de quase 80% sobre o preço de fechamento da 89bio na quarta-feira. Os conselhos das duas empresas aprovaram a transação, que deve ser concluída no quarto trimestre.
A Roche já vinha reforçando sua presença no setor, após fechar parceria de US$ 5,3 bilhões com a Zealand Pharma e comprar a Carmot Therapeutics por US$ 3,1 bilhões. A aquisição da 89bio soma-se à estratégia de enfrentar concorrentes como Novo Nordisk e Eli Lilly, que dominam o mercado.
O acordo também ocorre em meio à pressão do governo Trump sobre a indústria farmacêutica suíça. Embora os medicamentos estejam isentos da tarifa de 39% aplicada aos produtos do país, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, citou o setor como responsável pelo superávit suíço com os EUA.
A Roche prometeu investir US$ 50 bilhões no mercado americano nos próximos cinco anos, segundo a Bloomberg.