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S&P elogia desvalorização da moeda chinesa

Para a Standard and Poor's, a depreciação do iuane é "mais uma reforma estrutural do que uma desvalorização em busca de competitividade"


	Notas de iuane, a moeda chinesa: desde terça-feira que a China aplica seu novo sistema cambial, que permite que o iuane flutue diariamente até 2% por acima ou abaixo da taxa fixada com base no fechamento do dia anterior
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Notas de iuane, a moeda chinesa: desde terça-feira que a China aplica seu novo sistema cambial, que permite que o iuane flutue diariamente até 2% por acima ou abaixo da taxa fixada com base no fechamento do dia anterior (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2015 às 17h21.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's justificou nesta quarta-feira a desvalorização da moeda chinesa e disse que essa medida não traz o risco de guerra cambial.

"A surpreendente decisão da China de dar mais flexibilidade a sua taxa de câmbio é razoável e não parece ser o começo de uma guerra de divisas nem uma tentativa de reativar o crescimento", afirmou nesta quarta-feira a S&P em comunicado.

Desde terça-feira que a China aplica seu novo sistema cambial, que permite que o iuane flutue diariamente até 2% por acima ou abaixo da taxa fixada com base no fechamento do dia anterior.

Desde então o iuane sofreu uma desvalorização de 3,5% em relação ao dólar, no nível mais baixo em quatro anos.

Para a Standard and Poor's, a depreciação do iuane é "mais uma reforma estrutural do que uma desvalorização em busca de competitividade" e aponta para uma melhora no funcionamento do mercado; como diz Pequim.

A decisão chinesa é também parte de sua intenção de ajustar-se às condições necessárias para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) inclua o iuane na cesta de moedas em que baseia seu Direito Especial de Saque (DES), o ativo financeiro da instituição baseado atualmente no dólar, no euro, na libra e no iêne.

A S&P rejeitou o argumento de que a desvalorização foi impulsionada para fomentar as exportações, impulsionando, assim, o crescimento chinês.

"Isso não nos parece convincente", disse Paul Gruenwald, economista-chefe da S&P para a região Ásia-Pacífico.

"As exportações se dão mais em função da demanda externa, e a taxa de câmbio tem um papel secundário", disse.

"O calendário da desvalorização é oportuno porque a China agora pode dizer que adotou uma taxa de câmbio mais ditada pelo mercado; conforme era pelo pelo FMI e pelo departamento do Tesouro dos Estados Unidos", diz a nota da S&P.

O FMI elogiou a nova orientação cambial de Pequim. Um porta-voz da instituição a considerou "um passo bem-vindo para permitir que as forças de mercado tenham um papel maior na taxa de câmbio".

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