(Eduardo Frazão/Exame)
Repórter de mercados
Publicado em 18 de julho de 2025 às 11h16.
Última atualização em 18 de julho de 2025 às 11h39.
O Santander rebaixou sua recomendação para as ações da B3 (B3SA3) de 'compra' para 'neutra', equivalente à manutenção, após uma forte valorização dos papéis no ano. Por volta das 11h15, as ações da empresa recuavam 1,8%, negociadas a R$ 13,50.
"A performance positiva do Ibovespa no acumulado do ano ocorreu em meio a um baixo volume de negociação, deixando um espaço limitado para revisão nos lucros no restante de 2025", afirmaram Henrique Navarro e Anahy Rios. Após uma alta de 35% no ano (22% acima do desempenho do Ibovespa), a B3 negocia a um múltiplo de 14 vezes o lucro previsto para 2026, o que limita o potencial de alta dos papéis. O preço-alvo é de R$ 16 para o mesmo período, potencial de alta de 17%.
Os analistas ponderam que o volume de BDRs, ETFs e fundos listados tem crescido, representando atualmente cerca de 15% do volume total de negociação, contra um patamar de menos de 4% anteriormente. A expectativa é que esses ativos, somados à potencial volatilidade das eleições de 2026, possam impulsionar o volume médio diário de negociações da bolsa brasileira, mas isso não deve ocorrer no curto prazo.
Num cenário mais otimista, de maior valorização e com mais volume de negociações, o Santander afirma que seu preço-alvo para B3 poderia subir em 8%. Ainda assim, eles acreditam que há outros papéis que se beneficiaram mais desse cenário, como BTG (do mesmo grupo de controle de Exame) e XP, que oferecem maior potencial de valorização.
O banco detalhou suas análises de sensibilidade a um bull market mais consolidado:
Apesar da recomendação neutra, o Santander destaca ainda que a B3 foi a terceira empresa mais ativa no Brasil em termos de recompra de ações, adquirindo 1% de sua capitalização de mercado até junho, a um preço médio de R$11,11. Em 2024, a B3 lidera o ranking, com recompras que devem somar 5,5% de sua capitalização de mercado.
No entanto, o banco alerta para os riscos de concorrência crescente, especialmente de bolsas estrangeiras e plataformas de negociação, que podem afetar a participação de mercado da B3. “Apesar dos riscos de compressão de margens e perda de participação de mercado, acreditamos que a B3 continuará a manter sua posição de liderança. Porém, mesmo antes de impactos operacionais, o papel da B3 pode ser afetado por risco de notícias sobre essa potencial competição”, destacam os analistas.