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Shein vai protocolar pedido de IPO confidencial em Hong Kong, diz agência

Essa já é a terceira tentativa da empresa de abrir capital na região administrativa da China

Publicado em 27 de junho de 2025 às 10h46.

A varejista chinesa Shein, fenômeno do mercado de moda, está se preparando para protocolar confidencialmente um prospecto para abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de Hong Kong, segundo informações da Reuters.

A expectativa é que o pedido seja submetido ainda nesta semana, ou até segunda-feira, 30, segundo fontes ouvidas pela agência.

Pedidos confidenciais permitem que as empresas avancem no processo de análise regulatória sem precisar divulgar publicamente informações operacionais e financeiras.

Embora a prática seja comum em bolsas como a dos Estados Unidos, ela é rara em Hong Kong. A bolsa de lá só permite esse tipo de submissão em casos específicos, como listagens secundárias de empresas já negociadas em bolsas no exterior ou em processos de cisão de controladoras listadas fora do país. Se aprovado, o pedido da Shein representaria uma exceção às regras tradicionais de listagem da cidade.

A terceira é a que vale?

O IPO da varejista, que vende roupas a preços baixos em mais de 150 países, é um dos mais aguardados do ano. Esta será a terceira tentativa da empresa de abrir capital, após tentativas frustradas nas bolsas de Nova York e Londres. Em ambos os casos, a Shein não conseguiu o aval das autoridades regulatórias chinesas.

A operação ocorre em um momento desafiador para a empresa, que tem enfrentado os impactos da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Recentemente, o presidente Donald Trump retirou o tratamento livre de tarifas para encomendas de e-commerce e elevou os impostos sobre produtos chineses — medida que afetou diretamente as vendas da empresa em seu principal mercado consumidor.

Fundada na China em 2012, a Shein transferiu sua sede para Singapura em 2022. Apesar da mudança, a empresa segue sujeita às regras chinesas para listagens internacionais, já que opera com uma rede de cerca de 7 mil fornecedores terceirizados no território chinês.

Antes de chegar à etapa final do processo, que é uma audiência com a bolsa de Hong Kong, a Shein precisa obter autorização da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC). Até o momento, não está claro se esse aval já foi concedido.

Na rodada pré-IPO realizada em 2023, a Shein foi avaliada em US$ 66 bilhões, uma queda de cerca de um terço do valuation em relação ao ano anterior. Fontes ouvidas pela Reuters afirmam que a avaliação final da oferta poderá ser diretamente influenciada pelas mudanças tarifárias nos EUA.

Além de representar um passo importante para a varejista, a abertura de capital da Shein pode reforçar o papel de Hong Kong como um centro global de captação de recursos. A cidade tenta retomar o protagonismo no mercado de IPOs, especialmente diante da volatilidade causada pelas recentes políticas comerciais dos EUA. Somente no primeiro semestre deste ano, foram movimentados US$ 12,8 bilhões em IPOs e listagens secundárias na bolsa local.

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