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Trump inicia seleção para novo presidente do Fed com 11 nomes na disputa, diz WSJ

As entrevistas com os candidatos, conduzidas pelo secretário do Tesouro Scott Bessent, devem prosseguir na próxima semana

Trump e Jerome Powell: presidente americano tem criticado a atuação do presidente do Fed (Drew Angerer/Getty Images)

Trump e Jerome Powell: presidente americano tem criticado a atuação do presidente do Fed (Drew Angerer/Getty Images)

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 10h21.

Última atualização em 5 de setembro de 2025 às 12h05.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, inicia nesta sexta-feira, 5, uma série de entrevistas com os 11 candidatos à sucessão de Jerome Powell na presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). As conversas devem prosseguir na próxima semana, de forma presencial ou por videoconferência, segundo o Wall Street Journal.

Em agosto, em entrevista à CNBC, Bessent já havia antecipado que começaria o processo logo após o feriado do dia do trabalho americano (Labor Day). Na ocasião, disse que a lista incluía “11 candidatos muito fortes”, entre atuais diretores do Fed, ex-integrantes do banco central, economistas, assessores da Casa Branca e executivos de Wall Street.

Entre os principais nomes cotados estão o ex-diretor do Fed Kevin Warsh, o conselheiro econômico de Trump Kevin Hassett e o atual diretor Christopher Waller.

Também figuram na lista os vice-presidentes Michelle Bowman e Philip Jefferson; a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan; os ex-integrantes Larry Lindsey e James Bullard; além de Marc Sumerlin (Evenflow Macro), Rick Rieder (BlackRock) e David Zervos (Jefferies).

Um processo incomum

Para Aaron Klein, pesquisador do Brookings Institution, o estilo lembra o reality show O Aprendiz, apresentado por Trump nos anos 2000. “Ele fez entrevistas de emprego na sala de estar dos americanos por anos, e conduz a escolha do Fed de forma parecida”, afirmou ao MarketWatch.

A participação direta do chefe do Tesouro na seleção não surpreende especialistas, mas o anúncio público da lista de candidatos foi classificado como uma medida atípica. “O governo costuma tentar manter sigilo, embora os nomes acabem vazando”, afirmou ao MarketWatch o economista Alan Blinder, ex-vice-presidente do Fed e ex-assessor do governo Clinton.

A principal preocupação do mercado é a percepção de independência do Fed. “Vai ser quase impossível para quem assumir convencer o mercado de que não está recebendo ordens da Casa Branca”, disse Blinder.

Para Chris Low, economista-chefe da FHN Financial, a iniciativa pode ser uma forma de reforçar a ideia de que Trump não pretende indicar alguém totalmente sob seu controle. “Bessent é bem visto pelos mercados e tem conduzido o Tesouro de forma não disruptiva”, disse.

Pressão sobre o banco central

A decisão ocorre em meio às críticas recorrentes de Trump à condução de Powell, especialmente por não cortar juros com maior intensidade.

De acordo com analistas ouvidos pelo MarketWatch, a ampliação da lista de nomes, incluindo diretores atuais do Fed, pode servir para pressionar internamente a instituição a adotar cortes mais agressivos.

Na semana passada, a tensão aumentou após Trump tentar destituir a diretora do Fed Lisa Cook, sob acusação de fraude hipotecária — movimento inédito contra um integrante da diretoria.

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