Redatora
Publicado em 26 de junho de 2025 às 13h56.
Última atualização em 26 de junho de 2025 às 18h28.
A Uber conseguiu aumentar seus lucros, elevar o valor das corridas e, ao mesmo tempo, reduzir a remuneração de motoristas por meio de seu modelo de preço antecipado, aponta um estudo publicado nesta semana. A análise é assinada por Len Sherman, professor da Columbia Business School.
O levantamento se baseia em dados de aproximadamente 25 mil viagens realizadas por um motorista nos EUA entre 2018 e fevereiro de 2025, de acordo com reportagem do site Business Insider.
Segundo Sherman, a estratégia permitiu à empresa aplicar algoritmos e inteligência artificial para ajustar preços e pagamentos de forma individualizada, aproximando-se da chamada discriminação de preços. A prática busca maximizar os ganhos em cada corrida com base na disposição de pagar do passageiro e na disposição do motorista em aceitar.
Antes da mudança, 98% das corridas analisadas tinham remuneração previsível, baseada em tempo, distância e tarifa dinâmica. Em 2024, essa proporção caiu para 77%, segundo o estudo. Já o percentual da corrida retido pela empresa subiu de 32% no início de 2022 para 42% no fim de 2024, ultrapassando 50% em alguns trajetos.
O relatório aponta ainda que a política favoreceu o aumento nas tarifas de corridas curtas, enquanto as viagens longas se tornaram mais vantajosas para os passageiros. Isso pode ter estimulado deslocamentos maiores, considerados mais lucrativos para a Uber.
A mudança coincide com o momento em que a empresa passou a registrar lucro anual a partir de 2023 e acumulou uma valorização de cerca de 300% nas ações nos últimos três anos.
Em resposta ao Business Insider, a Uber criticou o estudo, classificando-o como “uma história cansada e distorcida” baseada nos dados de um único motorista.
A empresa defende que o modelo de preço antecipado é “transparente e justo” e afirma que seus algoritmos não utilizam características pessoais para definir preços.