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Publicado em 14 de julho de 2025 às 10h04.
O Vale do Silício está com um novo objetivo bilionário: transformar uma startup privada na primeira empresa não listada avaliada em US$ 1 trilhão.
O movimento é impulsionado pelo crescimento da inteligência artificial e pela ambição do setor de venture capital em capturar mais valor antes que as empresas cheguem à bolsa, segundo reportagem do The Economist.
Hoje avaliada em US$ 4 trilhões, a Nvidia serve de inspiração. Entretanto, a fabricante de chips chegou a esse patamar sendo uma empresa listada em bolsa, permitindo liquidez diária e acesso amplo de investidores. Além disso, a Nvidia já exibe receitas e lucros robustos, sustentados pela alta venda de chips para treinar modelos de IA.
As startups privadas, no entanto, continuam distantes dessa desse patamar. Mesmo nomes como OpenAI, avaliada em US$ 300 bilhões, não possuem a mesma previsibilidade de receita nem histórico de resultados.
A diferença crucial, segundo o jornal, é que empresas abertas precisam divulgar balanços e atender a exigências regulatórias, enquanto as privadas podem crescer longe dos holofotes, sem revelar números detalhados.
A OpenAI é destaque como a principal empresa a atingir o trilhão. Criadora do ChatGPT, a companhia de tecnologia vem atraindo grandes investimentos e fundos, como da Microsoft e SoftBank.
Outros nomes também aparecem no radar, mas ainda distantes do marco. A Anthropic, rival da OpenAI, além de outras empresas de infraestrutura para IA, como a CoreWeave, têm visto suas avaliações dispararem, mas não chegam nem à casa dos US$ 100 bilhões, limite que define os “hectocórnios”.
A reportagem reforça que analistas preveem que não é mais uma dúvida de “se” alguma empresa vai atingir o patamar, mas “quando” esse marco será alcançado.
Hoje, os grandes fundos de venture capital do Vale do Silício estão mudando sua estratégia: em vez de forçar startups a abrir capital rapidamente, estão criando fundos permanentes e veículos chamados "continuation funds" para manter investimentos por mais tempo em empresas privadas.
Segundo o jornal, agora a ideia é capturar a maior parte da valorização antes do IPO, apostando que startups ligadas à inteligência artificial possam alcançar valorizações gigantescas, como a Nvidia.
Essa mudança permite aos fundos evitar a pressão de devolver dinheiro logo aos investidores, mas aumenta o risco de ficarem presos a empresas supervalorizadas, sem a liquidez garantida pelos mercados públicos.