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Comprar carro ou assinatura: qual a melhor opção para o seu bolso?

Modalidade de carro por assinatura cresce no Brasil e desafia o modelo tradicional de compra, prometendo economia de até R$ 45 mil em três anos

Antes de escolher, analise seu perfil de uso real, mapeando quantos quilômetros você efetivamente roda por mês. (Getty Images/Getty Images)

Antes de escolher, analise seu perfil de uso real, mapeando quantos quilômetros você efetivamente roda por mês. (Getty Images/Getty Images)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 10h20.

O mercado automotivo brasileiro passa por uma transformação com a chegada das assinaturas de veículos, modalidade que já movimenta bilhões e questiona um dos maiores símbolos de status do país: a propriedade do carro.

Em vez de desembolsar R$ 150 mil à vista ou se comprometer com um financiamento que pode chegar a R$ 232 mil em juros, consumidores agora podem pagar mensalidades fixas entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, com seguro e manutenção inclusos.

A mudança reflete, por um lado, o estilo de vida urbano moderno e, por outro, a busca por alternativas diante dos juros altos e da depreciação acelerada dos veículos – que pode alcançar 50% do valor em apenas três anos.

Como funciona cada modalidade

A compra tradicional, seja à vista ou financiada, ainda é a escolha da maioria dos brasileiros. Nesse modelo, você se torna proprietário pleno do veículo, mas assume todos os custos e responsabilidades.

Já o carro por assinatura funciona como um aluguel de longo prazo, geralmente de 12 a 36 meses. A mensalidade fixa cobre:

Ao fim do contrato, o veículo é devolvido sem preocupações com revenda. Vale destacar que empresas especializadas no segmento oferecem planos com diferentes limites de quilometragem mensal.

Análise de custos

Para um sedã médio de R$ 150 mil usado por três anos, os números revelam diferenças importantes entre as modalidades:

Compra à vista:

  • Investimento inicial: R$ 150 mil
  • Custos recorrentes (3 anos): ~R$ 33 mil
  • Depreciação estimada: R$ 80 mil
  • Custo total: R$ 183 mil

Compra financiada:

  • Entrada: R$ 30 mil
  • Parcelas mensais: R$ 6.500 (36x)
  • Juros totais: R$ 82 mil
  • Custo total: R$ 233 mil

Assinatura:

  • Mensalidade média: R$ 3.900
  • Custo total (36 meses): R$ 142 mil
  • Taxa por km extra: R$ 0,50

A assinatura chega com uma economia de até R$ 91 mil em relação ao financiamento.

Vantagens e desvantagens de cada escolha

A compra oferece liberdade total de uso e construção de patrimônio, mesmo que depreciado. Após quatro anos, o custo tende a ser menor que o acumulado em assinaturas.

Entretanto, os custos ocultos da propriedade podem surpreender:

  • IPVA anual: até 4% do valor do veículo;
  • Seguro: entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por ano;
  • Manutenção preventiva: R$ 10 mil a R$ 15 mil em três anos;
  • Revisões obrigatórias para manter a garantia;
  • Possíveis reparos não cobertos.

A assinatura, embora não gere patrimônio, elimina imprevistos e preserva capital para investimentos. Também permite trocar de modelo frequentemente, atendendo quem valoriza novidades tecnológicas.

Já as limitações incluem:

  • Quilometragem mensal restrita (multa por excesso);
  • Ausência de propriedade ao final;
  • Restrições de personalização do veículo;
  • Multas por avarias além do desgaste normal.

Quando cada opção faz sentido

A assinatura é ideal para:

  • Perfis urbanos que rodam menos de 1.500 km/mês;
  • Quem valoriza previsibilidade financeira;
  • Pessoas que preferem manter capital líquido para investimentos;
  • Quem gosta de trocar de carro com frequência;
  • Empresários que podem deduzir o custo como despesa.

A compra compensa quando:

  • O uso mensal supera 2.000 km;
  • O prazo de uso ultrapassa quatro anos;
  • Há necessidade de personalização do veículo;
  • A família tem crianças e precisa de espaço permanente;
  • Existe apego emocional à propriedade.

Vale ressaltar que uma terceira via ganha força nesse cenário, os aplicativos de transporte. Para o mesmo percurso de 1.500 km mensais, o custo em três anos fica em R$ 162 mil – mais caro que a assinatura, mas sem qualquer compromisso.

Como tomar a melhor decisão

Antes de escolher, analise seu perfil de uso real, mapeando quantos quilômetros você efetivamente roda por mês. Essa informação é crucial para calcular o custo-benefício de cada modalidade.

O orçamento disponível também pesa na decisão. Se você tem capital, considere que investir o valor do carro pode gerar rendimentos consideráveis, principalmente em cenário de juros alto como o atual.

Por fim, considere o aspecto emocional. Embora o carro seja essencialmente uma ferramenta de transporte, muitos brasileiros ainda valorizam a sensação de propriedade e o status associado.

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