Projeto também estabelecia uma alíquota mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano. (OsakaWayne Studios/Getty Images)
Repórter de Mercados
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 09h29.
O relatório do projeto que garante a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado será apresentado nesta terça-feira, 4. A expectativa é que o texto seja votado ainda hoje na Comissão. Além de prever isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a proposta determina a redução gradual da alíquota para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
O projeto, aprovado no Plenário da Câmara dos Deputados no mês passado, também estabelece uma alíquota mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano e cobrança de impostos sobre lucros e dividendos distribuídos acima de R$ 50 mil em um mês. Na prática, o aumento do imposto dos mais ricos deve compensar a redução do IR para os que ganham menos.
Segundo o Ministério da Fazenda, a tributação de 10% atingirá 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda. Trabalhadores em geral pagam, em média, 9% a 11% de IR sobre seus ganhos.
Atualmente, está isento apenas quem recebe até R$ 3,03 mil mensais, o equivalente a dois salários mínimos. A proposta do governo é que a isenção para quem ganha até R$ 5 mil seja válida a partir de 2026.
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De acordo com cálculos elaborados pela Confirp Contabilidade, com base no projeto aprovado na Câmara, os descontos de IR acrescentam os seguintes valores à renda mensal de cada faixa salarial (contando com pagamento de 13º salário):
| Renda Bruta | Ganho por Mês | Ganho Anual | % sobre Salário |
|---|---|---|---|
| 3.036,00 | - | - | - |
| 3.400,00 | 27,30 | 354,89 | 10,44% |
| 3.600,00 | 54,76 | 711,89 | 19,77% |
| 3.800,00 | 84,76 | 1.101,89 | 29,00% |
| 4.000,00 | 114,76 | 1.491,89 | 37,30% |
| 4.200,00 | 144,76 | 1.881,89 | 44,81% |
| 4.400,00 | 177,89 | 2.312,57 | 52,56% |
| 4.600,00 | 222,89 | 2.897,57 | 62,99% |
| 4.800,00 | 267,89 | 3.482,57 | 72,55% |
| 5.000,00 | 312,89 | 4.067,57 | 81,35% |
| 5.200,00 | 286,27 | 3.721,46 | 71,57% |
| 5.400,00 | 259,64 | 3.375,28 | 62,51% |
| 5.600,00 | 233,01 | 3.029,10 | 54,09% |
| 5.800,00 | 206,38 | 2.682,93 | 46,26% |
| 6.000,00 | 179,75 | 2.336,75 | 38,95% |
| 6.200,00 | 153,12 | 1.990,57 | 32,11% |
| 6.400,00 | 126,49 | 1.644,40 | 25,69% |
| 6.600,00 | 99,86 | 1.298,22 | 19,67% |
| 6.800,00 | 73,23 | 952,04 | 14,00% |
| 7.000,00 | 46,60 | 605,86 | 8,66% |
| 7.200,00 | 19,98 | 259,69 | 3,61% |
| 7.350,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00% |
| 7.400,00 | 0,00 | 0,00 | 0,00% |
| 7.500,00 | - | - | 0,00% |
| 8.000,00 | - | - | 0,00% |
O projeto amplia a faixa de isenção do imposto de renda até R$ 5 mil por mês, com um desconto parcial até R$ 7,3 mil, e cria uma alíquota mínima de 10% para rendimentos altos.
A proposta do governo é que a isenção seja válida a partir de 2026. Para isso acontecer, o projeto de lei de isenção e de compensação para a renúncia fiscal precisa ser aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.
No novo formato, com a ampliação da faixa beneficiada, a renúncia anual poderá chegar a R$ 31,7 bilhões, contando a perda de estados e municípios.
Para compensar a renúncia fiscal, o projeto criará um imposto mínimo de 10% que incidirá sobre a renda de quem recebe a partir de R$ 600 mil por ano.