Líderes Extraordinários

Criatividade em tempos de IA: o que ainda é só nosso

A verdadeira diferença está no que as máquinas não alcançam

Cannes Lions 2025: brasileiros brilham ao destacar humanidade em era dominada pela IA. (Divulgação/Cannes Lions)

Cannes Lions 2025: brasileiros brilham ao destacar humanidade em era dominada pela IA. (Divulgação/Cannes Lions)

Zizo Papa
Zizo Papa

Colunista

Publicado em 15 de julho de 2025 às 16h00.

Cannes Lions 2025 foi histórico para o Brasil. Não apenas porque fomos reconhecidos como o País Mais Criativo do Mundo, mas porque, em meio à avalanche de inteligência artificial, automações e algoritmos, um tema se impôs nas entrevistas que fiz, na condição de ex-CEO do festival, com os principais líderes brasileiros presentes ali: a humanidade voltou ao centro do palco.

Foi quase unânime. Entre um painel e outro, nos bastidores, nos cafés, nos jantares, a fala era direta: “O que vai nos diferenciar agora não é o QI, é o QE”. A inteligência emocional virou o ponto de inflexão. Porque quando a capacidade analítica for nivelada por IA, só sobra o que não dá para copiar: intuição, presença, empatia, alma.

Todas as discussões analisaram o pragmatismo criativo. Nossa capacidade está  em nos  encontrarmos investigando nossa essência. Gente boa de verdade está pensando em como liderar com mais escuta. Como criar com mais vulnerabilidade. Como tirar as ideias do piloto automático e colocá-las em zonas de risco onde só entra quem está realmente vivo.

O Brasil, talvez por sua própria complexidade e contradições, carrega esse ingrediente raro: criatividade com “carne e osso”, com contradição, com calor humano. Foi isso que nos levou ao topo este ano. Não tem IA que imite isso.

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