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8 insights que mostram por que a economia prateada vai transformar o Brasil (e as marcas)

Com 75 milhões de pessoas acima de 60 anos previstas para 2044, o consumo da população madura deve representar 35% do total, mas ainda enfrenta invisibilidade no mercado e na publicidade

Lívia Hollerbach, do Data8: “Em 20 anos, a economia prateada vai representar 35% do total do consumo domiciliar privado no país” (Henrique Pereira/Divulgação)

Lívia Hollerbach, do Data8: “Em 20 anos, a economia prateada vai representar 35% do total do consumo domiciliar privado no país” (Henrique Pereira/Divulgação)

Juliana Pio
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 29 de julho de 2025 às 13h09.

A longevidade no Brasil cresce de forma acelerada, trazendo mudanças significativas para o mercado e a sociedade. Segundo a última edição da EXAME CEO, a economia prateada movimentou R$ 1,8 trilhão no país em 2024. O valor deve quase dobrar até 2044, quando a população com mais de 60 anos deve chegar a 75 milhões — mais que o dobro dos 33 milhões atuais.

Para aprofundar o tema, o Data8, hub de inteligência focado na economia prateada, lançou a série “Brasil Prateado”. A iniciativa celebra os oito anos da entidade e reúne debates sobre insights, oportunidades, inovações e desafios ligados ao envelhecimento populacional no país e no mundo.

Parte das conclusões vem da pesquisa Mercado Prateado: consumo dos brasileiros 50+ e projeções, que, pela primeira vez no Brasil, dimensiona a cesta de consumo da população madura sob uma perspectiva econômica e setorial.

O estudo revela que a indústria ainda não enxerga o consumidor maduro: 54% dos brasileiros com mais de 55 anos não se sentem representados pela mídia nem pelas marcas. Além disso, 70% dos profissionais criativos em agências publicitárias no mundo nunca receberam briefing para campanhas direcionadas a esse público.

No Brasil, quatro em cada dez pessoas acima de 55 anos relatam dificuldade em encontrar produtos e serviços adequados, como vestuário (56%), alimentos (40%), turismo (36%), cursos (31%), soluções de acessibilidade para o lar (28%) e produtos de higiene pessoal (27%).

Essa invisibilidade se reflete nas decisões de consumo desse público. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) mais recente mostra que, embora o consumo per capita mensal seja semelhante, a população abaixo dos 50 anos apresenta um padrão mais diversificado.

“Enquanto os mais jovens gastam mais em vestuário, transporte, educação, higiene e cuidados pessoais, os prateados concentram seus gastos nas necessidades básicas: moradia, transporte, alimentação e saúde”, diz Lívia Hollerbach, uma das coordenadoras da pesquisa.

8 insights do Brasil Prateado

Em 20 anos, o consumo dos brasileiros com mais de 50 anos deve representar 35% do total. Conheça perfis, desafios e oportunidades desse mercado em rápida expansão.

1. O valor da economia prateada no Brasil irá duplicar em apenas 20 anos

Em 2044, a economia prateada representará 35% do consumo no Brasil, o que significa um movimento de R$ 3,8 trilhões no nosso PIB. Em 20 anos, o consumo dentro da economia prateada nacional, que hoje é de 1,8 trilhão de reais, representará 35% do consumo domiciliar privado total no país.

2. Na maturidade, a segmentação vai muito além da idade e do gênero

Dos autossuficientes aos pausados. Identificamos seis perfis inéditos de consumidores acima de 50 anos, em busca de atender suas necessidades nesta fase da vida: autossuficientes, agregadores, sábios, cuidadores, exploradores e pausado.

3. O cuidador será o (novo) cliente do futuro

Todos seremos cuidadores. E, com uma população envelhecida, teremos maduros cuidando de maduros, definindo escolhas de compra e consumo para si e quem se cuida.

4. O cliente gold é prata

A geração prateada atual foi a que mais gerou riqueza na história da humanidade. Mais do que nunca, o mercado de luxo está nas mãos deles, que querem exclusividade, personalização e prezam, e muito, por qualidade.

5. Não se engane: a velhice periférica é, também, uma potência econômica

O boom de negócios, nas últimas décadas, da nova classe C agora se aprofunda com o envelhecimento da população. Envelhecer na periferia é uma realidade ainda mais desafiadora e carente de soluções.

6. A longevidade é feminina e a economia climatérica (finalmente) é um mercado em ascensão

Vivemos mais, investimos em nossa saúde de forma integral e vivemos cerca de um terço de nossas vidas no climatério – etapa em que, muito em breve, representará a maior parte da vida de toda mulher.

7. A conta da longevidade não fecha

O rombo da previdência social já vem dando sinais de alerta. Será preciso produzir (e investir) bem mais do que o planejado.

8. A economia do país dependerá de uma longevidade produtiva

Com o fim do bônus demográfico, os prateados são um recurso produtivo poderoso que seguirá crescendo nas próximas décadas. Falar de intergeracionalidade nas empresas é fundamental.

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