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Inteligência artificial x inteligência emocional: quem lidera o futuro do trabalho?

Principais aprendizados de Daniel Goleman, o pai da inteligência emocional, discutidos no Rio Innovation Week

Daniel Goleman, psicólogo internacionalmente reconhecido e autor do best-seller Inteligência Emocional (Ag Enquadrar)

Daniel Goleman, psicólogo internacionalmente reconhecido e autor do best-seller Inteligência Emocional (Ag Enquadrar)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 11h20.

Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 11h20.

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*Por Ana Paula Krainer

Meus filhos, hoje com 7 e 9 anos, começaram a ter aulas na escola de LIV – Laboratório de Inteligência de Vida aos 3 anos. Desde cedo, aprenderam que empatia, cooperação e autoconhecimento são habilidades tão essenciais quanto matemática ou ciências.

Como executiva, passei muitas horas me dedicando a entender como líderes empáticos constroem times mais engajados e produtivos, assim como aprendi sobre técnicas que influenciam estratégias de marketing.

Essas reflexões, de incluir conhecimentos e aspectos emocionais, juntamente a temas técnicos, surgiram a partir do trabalho de Daniel Goleman, psicólogo internacionalmente reconhecido e autor do best-seller Inteligência Emocional.

Publicada há 35 anos, a obra redefiniu o conceito de inteligência e influenciou currículos pedagógicos, governos e organizações em todo o mundo.

Apontado pelo Financial Times e pelo Wall Street Journal como um dos pensadores mais influentes nos negócios, Goleman, hoje com quase 80 anos, esteve presente na última Rio Innovation Week, uma das maiores conferências globais de tecnologia e inovação da América Latina, em uma das palestras mais concorridas do evento — e confesso, a preferida do meu line-up.

Durante seu painel, Goleman destacou que a inteligência emocional (IE) é uma habilidade essencial para o desempenho profissional e pessoal. Em um mundo cada vez mais transformado pela tecnologia, essa competência se torna ainda mais estratégica.

Segundo ele, a inteligência artificial (IA) já supera o ser humano em diversas tarefas analíticas e cognitivas. No entanto, existe um campo que permanece exclusivamente humano: as emoções.

A IA pode processar dados com velocidade e precisão, mas não é capaz de sentir empatia, compreender nuances emocionais ou construir relacionamentos.

“A intuição, por exemplo, é fruto da nossa experiência de vida. Isso jamais poderá ser superado pela inteligência artificial”, ressaltou Goleman.

Outro ponto levantado foi a importância das interações humanas no ambiente corporativo. Em situações delicadas — como conversas íntimas entre líder e liderado —, o que não é dito pode ser tão importante quanto as palavras expressas. Essa percepção está fora do alcance da IA, que se limita ao explícito.

E fazendo um exercício de como trago os principais aprendizados de Goleman para o campo da liderança, para dentro das organizações, como eles se aplicam, na prática, ao dia a dia, destaco:

1. A nova era do trabalho é a do protagonismo humano: a IA transforma profundamente a forma como trabalhamos. Quando usada como aliada do conhecimento, permite ganhos de eficiência, foco e equilíbrio. No entanto, a inteligência emocional se torna ainda mais essencial, justamente por lidar com emoções e relações humanas — habilidades insubstituíveis.

2. O papel da liderança em tempos de IA: à medida que a IA se torna parte da rotina, ela pode ser vista como uma “colega de trabalho”. Isso permite que líderes concentrem esforços no que a tecnologia não alcança: empatia, escuta ativa, pensamento crítico, criatividade e tomada de decisão ética.

3. Reconhecer talentos e desenvolver pessoas: mais do que nunca, o líder precisa identificar talentos, desenvolver habilidades e ajudar cada profissional a atingir seu máximo potencial. Isso é chave para potencializar o resultado das organizações.

4. A oportunidade da empatia: 54% dos colaboradores afirmam que seus líderes não demonstram empatia suficiente (Businessolver – State of Workplace Empathy Report, 2024). Esse dado reforça o que Goleman trouxe na sua palestra e mostra que essa lacuna representa uma oportunidade estratégica: colocar o ser humano no centro das decisões aumenta engajamento e impulsiona uma performance sustentável.

5. IA e IE: espaços complementares. Não se trata de escolher entre IA ou IE. Ambas são complementares: A IA potencializa eficiência e processamento de informações. A IE fortalece conexões, engaja equipes e sustenta a cultura organizacional. Juntas, formam a base de uma liderança preparada para prosperar em tempos de transformação.

E você, como combina os aprendizados da inteligência emocional com a inteligência artificial na prática?

  • *Ana Paula Krainer é executiva de marketing com 20 anos de experiência em multinacionais como PepsiCo, Coca-Cola, Mondelez, Merck e Haleon, com atuação no Brasil, América Latina, EUA e em times globais. Formada em Comunicação pela UFPR, e pós-graduação pela FGV, liderou iniciativas de transformação e alto impacto em mais de 25 marcas nos setores de bens de consumo e saúde
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