Produtos licenciados da Copa do Mundo Fifa 2026: Soho Sports & Brands assume a operação no Brasil e aposta em varejo e ativações de marca para ampliar o alcance do torneio (Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 5 de outubro de 2025 às 20h44.
Última atualização em 5 de outubro de 2025 às 20h51.
A Copa do Mundo Fifa 2026 começa a movimentar o mercado brasileiro antes mesmo do apito inicial. A Soho Sports & Brands, agência de marketing esportivo, foi nomeada distribuidora oficial dos produtos licenciados do torneio no país e prevê transacionar R$ 55 milhões em volume de negócios até o final de 2026.
A operação terá catálogo inicial de mais de 85 itens, mirando desde grandes redes varejistas até programas de endomarketing corporativo. O objetivo, segundo a empresa, é simplificar o acesso das marcas ao ecossistema da Fifa, historicamente marcado por processos longos e burocráticos.
“Nosso papel é destravar acesso com governança de marca e agilidade, para que empresas coloquem experiências relevantes no mercado com segurança”, diz Fernando Paz, fundador e CEO da Soho.
Ele explica que o diferencial está em um playbook exclusivo de aprovação, capaz de reduzir em até 85% o tempo médio de lançamento em comparação ao fluxo tradicional da Fifa.
Além da distribuição no varejo, a estratégia contempla ativações de patrocinadores e iniciativas corporativas. “Queremos furar a bolha e falar a linguagem de negócios”, afirma Patrick Kadlec, diretor de novos negócios da agência. O pipeline já inclui redes de varejo e patrocinadores que buscam escala e previsibilidade de entrega. Nossa meta é fechar 30 contratos até o primeiro trimestre de 2026, somando parcerias de peso no varejo e em ativações corporativas.”
Fernando Paz, CEO da Soho Sports, e Patrick Kadlec, diretor de novos negócios: meta de 30 contratos até 2026 e foco em ampliar o acesso de marcas ao ecossistema da Fifa (Divulgação)
Fundada por Paz, a Soho Sports & Brands atua em patrocínios, ativações, licenciamento e consultoria estratégica. Em seu primeiro ano, fechou contratos com Maradona, Conmebol e Fifa, além de parcerias com Méliuz, Sympla, Dream Factory, V3A, Beyond Films e Investimage.
Com o novo contrato, a companhia reforça sua ambição de ser ponte entre marcas e o maior evento esportivo do planeta. Como resume Paz: “A Copa é muito mais que futebol. É uma plataforma de negócios. Nosso desafio é garantir que as marcas brasileiras tenham acesso a esse palco com velocidade e relevância.”
A experiência brasileira de 2014 dimensiona o potencial do setor: à época, 1.800 produtos foram licenciados por mais de 70 empresas. Globalmente, o mercado de produtos esportivos licenciados movimentou US$ 36,3 bilhões em 2024 e deve alcançar US$ 49 bilhões até 2030, segundo a Grand View Research.
A própria Fifa projeta que a receita com licenciamento atinja US$ 669 milhões no ciclo da Copa de 2026 (2023-2026), crescimento de US$ 66 milhões em relação ao período anterior.
No Brasil, pesquisas de consumo esportivo indicam que cerca de 30% da população costuma adquirir produtos oficiais em anos de Copa.
Para atender a esse público, a Soho projeta que 60% das vendas virão do varejo físico, enquanto 40% serão concentrados em e-commerce e marketplaces, refletindo a digitalização do consumo.