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Direcional: CRI com imposto pode deixar casa própria mais cara, diz CEO

O governo pretende elevar de zero para 5% o Imposto de Renda sobre os rendimentos de alguns investimentos, entre eles os Certificados de Recebíveis Imobiliários

Ricardo Gontijo: “No futuro, talvez isso [taxação de CRIs] se reflita num custo mais alto para a compra da casa própria” (Divulgação)

Ricardo Gontijo: “No futuro, talvez isso [taxação de CRIs] se reflita num custo mais alto para a compra da casa própria” (Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 1 de julho de 2025 às 12h56.

Dado o alto custo do crédito bancário no Brasil, a carta na manga da Direcional (DIRR3) tem sido buscar alternativas no mercado de capitais. “Estamos, inclusive, no processo de emissão de um CRI”, afirmou Ricardo Gontijo, CEO da incorporadora, a jornalistas, durante participação no City Brazil Equity Conference, em São Paulo.

O governo anunciou recentemente que pretende elevar de zero para 5% o Imposto de Renda sobre os rendimentos de alguns investimentos, entre eles os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), que vinha ganhando popularidade justamente por serem isento de IR.

Mesmo assim, Gontijo afirma que não se trata de uma antecipação da emissão, mas sim algo que estava no cronograma da Direcional antes mesmo das discussões sobre a taxação começarem.

Ainda que haja a taxação, a atratividade para instrumentos isentos pode continuar existindo do ponto de vista da demanda, especialmente se comparado com outros instrumentos como fundos convencionais ou CDBs, que podem ter uma taxação maior — 17,5% de acordo com a Medida Provisória (MP) 1.303/2025.

Isso quer dizer um menor volume entrando no caixa das empresas, que se reflete em menos capital de giro e menos obras. O incremento, no fim, acaba sendo no preço do produto. “No futuro, talvez isso se reflita num custo mais alto para a compra da casa própria”, opina.

Mudanças na tributação de aplicações

O governo publicou em meados de junho a medida provisória que estabelece uma série de mudanças na tributação de aplicações financeiras. O pacote visa substituir parte do decreto que havia aumentado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi derrubado recentemente pelo Congresso Nacional.

O objetivo é arrecadar R$ 10 bilhões com as medidas neste ano e R$ 20 bilhões no total.

Uma das mudanças mais comentadas pelo mercado foi a extinção da isenção do IR para LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas.

Entretanto, especialistas apontam que essas aplicações continuarão bastante atrativas, não só porque permanecem com alíquotas menores, mas porque os investimentos não isentos também tiveram aumento.

Outra mudança marcante foi a aplicação de uma alíquota única de 17,5% em diversos tipos de investimentos, como CDBs, Tesouro Direto, fundos, debêntures, ações, entre outros. Antes, esses títulos contavam com uma tabela de tributação regressiva, conforme o prazo de resgate, que ia de 22,5% até 15% de incidência de imposto.

A alteração nos Juros sobre Capital Próprio (JCP) também chamou a atenção, indo de 15% para 20%.

As propostas ainda necessitam da aprovação do Congresso para entrarem em vigor a partir de janeiro de 2026.

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