Mercado Imobiliário

Patrocínio:

Design sem nome (3)

Disputa entre Meli e Shopee reduz oferta de galpões logísticos e preços disparam

Comércio eletrônico respondeu por quase metade das transações do segmento no segundo trimestre deste ano

Newmark: "A Meli lidera [a absorção líquida]. Mas, quanto mais ela cresce, mais a Shopee vai atrás", afirma Mariana Hanania (Montagem EXAME com elemento do Canva/Reprodução)

Newmark: "A Meli lidera [a absorção líquida]. Mas, quanto mais ela cresce, mais a Shopee vai atrás", afirma Mariana Hanania (Montagem EXAME com elemento do Canva/Reprodução)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 14 de julho de 2025 às 12h53.

Última atualização em 14 de julho de 2025 às 13h01.

O mercado de galpões industriais e logísticos continua em franca recuperação este ano. Dados da Newmark, divulgados com exclusividade pela EXAME, mostram 650 mil metros quadrados de novos espaços entregues no segundo trimestre. Para o restante do ano, a consultoria projeta outros 908 mil metros, aproximadamente. Isso considerando apenas a região da Grande São Paulo.

A absorção líquida — saldo entre áreas alugadas e áreas devolvidas — saltou de 88 mil, no primeiro trimestre de 2025, para 501 mil metros, no segundo.

A fabricante de pneus Bridgestone, apesar de não estar na competição acirrada entre grandes players do varejo online, passou de uma ocupação de 43 mil metros quadrados para 116,5 mil metros quadrados em Mauá, na Grande São Paulo. A empresa ficou em primeiro lugar em termos de absorção líquida no segundo trimestre.

"A companhia já ocupava uma grande área [mais de 90 mil metros quadrados], e acabaram se mudando, com expansão para outro empreendimento mais novo”, explica Mariana Hanania, líder de pesquisa e inteligência de mercado da Newmark.

Em seguida, vem o Mercado Livre, com 105 mil metros quadrados, em Guarulhos, e Shopee, com cerca de 80 mil metros quadrados, em São Bernardo.

“O Meli lidera. Mas, quanto mais ele cresce, mais a Shopee vai atrás. Isso vai demandando cada vez mais espaço para galpões desde o boom desse setor na pandemia, em 2020”.

Fatores como o aumento do comércio eletrônico e o fortalecimento da cadeia logística do país, somados à infraestrutura e à conectividade das regiões periféricas de São Paulo, são determinantes para o crescimento do mercado de galpões. Segundo o relatório, o setor de e-commerce representou 48% das transações. Os setores industrial e de serviços representaram 28% e 24% da absorção, especificamente.

As cidades que lideram o crescimento de galpões

Guarulhos lidera em termos de absorção, seguido por Cajamar e o ABC Paulista (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema).

Em termos de preço, a cotação do metro quadrado se manteve em alta na comparação com os trimestres anteriores. O aumento gradual ocorre em razão da escassez de terrenos e da alta demanda. O valor médio pedido de locação segue em R$ 30 por metro quadrado, aumento de 5% em comparação com o trimestre anterior e 16% em relação ao mesmo período de 2024.

A capital de São Paulo lidera a lista das cidades mais caras para manter um galpão, onde o preço do metro quadrado é de R$ 44, seguido por Guarulhos, onde o preço do metro quadrado é de R$ 37. Na outra ponta está Jundiaí e Atibaia, com R$ 21,5 e R$ 21, respectivamente.

É por essa razão que o volume de novos estoques deve seguir com tendência de crescimento nos próximos anos, segundo o relatório. A maioria está localizada em Guarulhos, com 45%. Cajamar, região do ABC Paulista, e Sorocaba aparecem em seguida, com 28%, 22% e 16% respectivamente.

Mesmo com o aumento do volume de novos estoques, a taxa de vacância nas regiões mais demandadas segue no patamar de 8%, refletindo a escassez de ofertas e a manutenção do preço de locação.

“Taxas abaixo de 10% apresentam uma falta de equilíbrio de mercado. Quando essa vacância está abaixo desse nível, vemos uma descompensação. Então, nesse caso, a negociação fica muito mais forte do lado do proprietário por conta da demanda muito alta”, finaliza Mariana Hanania.

Acompanhe tudo sobre:LogísticaTransporte e logísticaMercado imobiliárioe-commerce

Mais de Mercado Imobiliário

Vendi um terreno há 24 anos e estão me cobrando IPTU. O que fazer?

Airbnb em Miami? Empresa incentiva brasileiro a investir em 'short stay' nos EUA

MRV (MRVE3) anuncia baixa contábil de US$ 144 milhões com imóveis da Resia

Novo endereço da Amazon em SP tem conforto da Faria Lima por quase metade do preço