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'Mansão' no topo de prédio histórico de SP é vendida por R$ 3 milhões

Imóvel é uma releitura das casas de zelador que ficavam no terraço de edifícios antigos; tem vista para a Catedral da Sé e Casa de Francisca

A 'mansão' no Edifício Tebas deve ser entregue em 2027, junto com o resto do edifício, que está no início da reforma. (Letícia Furlan/Exame)

A 'mansão' no Edifício Tebas deve ser entregue em 2027, junto com o resto do edifício, que está no início da reforma. (Letícia Furlan/Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 08h05.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 08h12.

Um imóvel de 271 metros quadrados na região central de São Paulo foi vendido pelo valor de R$ 3 milhões de reais. À primeira vista, nada de novo sob o sol. No entanto, trata-se de uma verdadeira mansão no topo de um prédio histórico ao lado da Catedral da Sé e do restaurante Casa de Francisca. Uma releitura das casas de zeladores que ficavam nas coberturas dos antigos arranha-céus.

Apesar da unidade milionária, o restante do empreendimento será dividido em apartamentos menores, de 33 a 42 metros quadrados, todos exclusivos para moradia. As unidades menores custam cerca de R$ 450 mil, já as maiores custam por volta de R$ 650 mil. Todas já vêm com piso e revestimento.

O projeto tem como diferencial a parceria com o Fica (Fundo Imobiliário Comunitário para Aluguel), que atua na aquisição e gestão de imóveis em áreas urbanas para oferecer aluguéis reduzidos a famílias de baixa renda. Uma das unidades do edifício foi vendida para o fundo pelo custo de produção, e o restante foi subsidiado pela Incorporadora Somauma, que está à frente da incorporação e retrofit. O fundo deve colocar o apartamento para locação por cerca de R$ 600.

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No coração de São Paulo

A Somauma, especialista em retrofits na região central da capital paulista, comeu pelas beiradas até de fato chegar ao marco zero da cidade.

“Estávamos esperando o momento certo de chegar nessa região do triângulo histórico, após realizar obras na Vila Buarque e Campos Elísios. Vimos uma ótima oportunidade com o prédio, completamente subutilizado. Era um edifício comercial com dois conjuntos por pavimento. Quando entramos aqui, havia apenas duas salas em operação”, explica Marcelo Falcão, fundador da incorporadora.

O prédio inteiro pertencia à Família Lara, que continua dona da fachada ativa do empreendimento. O restante, no entanto, foi vendido à Somauma.

O empreendimento, que agora se chama Edifício Tebas, reativa o Largo da Misericórdia após 70 anos sem lançamentos residenciais na região. Instalado em um prédio de 1974, o Tebas foi completamente requalificado, mantendo 93% da estrutura original.

O nome do edifício homenageia Joaquim Pinto de Oliveira, popularmente conhecido como pedreiro Tebas, figura na história da arquitetura paulista do século XVIII. Ele foi responsável pela construção do Chafariz da Misericórdia, o primeiro sistema público de abastecimento de água de São Paulo — projeto que também será resgatado.

Os primeiros andares terão um espaço cultural, uma galeria multiuso e um restaurante do chefe Rodrigo Freire, especializado em comida brasileira. O edifício agora faz parte do circuito cultural do centro de São Paulo, com a promessa de atrair novos moradores e visitantes, além de fomentar a economia e cultura locais.

A EXAME visitou o local, que ainda é um cenário de obras. Tudo deve ser entregue em 18 meses, mas quase metades das unidades já foram vendidas antes mesmo do lançamento. Isso inclui a casa suspensa na cobertura, que terá um conceito aberto com vista 360º para o coração da cidade.

Ajuda para repovoar o centro

O centro histórico de São Paulo está experimentando mais uma tentativa de reviver suas glórias do passado. Dessa vez, um dos principais impulsionadores dessa transformação é o programa Requalifica Centro, lançado pela Prefeitura de São Paulo, que visa requalificar os prédios antigos da região central, com foco no retrofit.

A iniciativa oferece isenção de tributos municipais, como IPTU e ITBI, redução do ISS sobre serviços de obra e agilidade na aprovação de projetos junto aos órgãos municipais de patrimônio e urbanismo.

As edificações elegíveis para o programa são aquelas construídas até 23 de setembro de 1992 ou licenciadas conforme a legislação antiga. O foco está na transformação dos imóveis em espaços modernos, com uso misto de comércio no térreo e moradias nos andares superiores, contribuindo para a diversificação habitacional e a recuperação da área.

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