Mercado Imobiliário

Patria compra seis FIIs da Genial e acrescenta R$ 2,5 bi sob gestão

Máquina de M&As no setor, gestora ganha presença em shoppings e aumenta diversificação de fundos de tijolo para os de papel

FIIs: transação inclui MALL11, que tem participação no Shopping Metropolitano Barra (Shopping Metropolitano/Divulgação)

FIIs: transação inclui MALL11, que tem participação no Shopping Metropolitano Barra (Shopping Metropolitano/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 22 de maio de 2025 às 19h37.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 19h55.

Maior gestor de ativos imobiliários do país, o Patria acaba de anunciar a compra de seis fundos de investimento imobiliário (FIIs) da Genial Investimentos, adicionando R$ 2,5 bilhões ao seu portfólio de R$ 24 bilhões. Os valores da compra não foram divulgados.

A transação traz para a gestora o MALL11, um dos maiores fundos de shoppings do país, com R$ 1,7 bilhão de gestão e 130 mil cotistas, além de aumentar a diversificação do Patria dos fundos de tijolo para fundos de papéis.

"É uma transação muito em linha de crescer onde eu não tenho exposição ou onde sou mais fraco”, afirma Rodrigo Abbud, sócio e head de real estate do Patria.

A compra dos fundos da Genial ocorre meses depois da casa adquirir integralmente a VBI Real Estate e a vertical de Real Estate do Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG). Atualmente, o Patria possui 18 FIIs listados na B3, além de dois FIIs negociados em balcão da B3.

De acordo com o gestor, as taxas de juro altas, que dificultam a captação de novos recursos. abriram uma oportunidade. “Isso só é possível quando o mercado está ruim. Quando o mercado está bom, ninguém quer vender, mas sim fazer mais oferta.”

Hoje, no Patria, 80% da carteira é de tijolo, e apenas 20% é de crédito. Em termos de comparação, no IFIX, o índice que reúne fundos imobiliários, essa divisão é mais igualitária, quase 50%-50%. “Pensamos ‘como podemos ter um desbalanceamento tão grande?’ Então parte da estratégia é crescer em papéis’, afirma Abbud.

O Patria já é dono de três dos maiores fundos em seus respectivos segmentos: HGLG (logística), PVBI (escritórios), HGRU (renda urbana). Agora, além do MALL11, está adicionando o PLCA11 (CRAs), o BPFF11 (FoF), o PLCR11 (CRIs), o SPTW11 (escritórios), GLOG11 (logística) – somando mais 190 mil cotistas aos 300 mil atuais.

A possibilidade de fusões de fundos está na mesa. A primeira ideia é unir o FOF adquirido, que possui cerca de R$ 300 milhões em gestão, ao fundo multiestratégia do Patria, o RVBI, que possui R$ 800 milhões.

“Não quero permanecer com esses 20 fundos que nós temos. Em algum momento, posso agrupar os fundos de crédito, por exemplo. A ideia é ter fundos grandes, com estratégias específicas. Quero simplificar minha estrutura”, comenta Abbud.

Fortalecimento em shoppings

De acordo com o gestor, shopping é um segmento "extremamente difícil" de entrar com novos fundos, seja pela alta dominância, como do Iguatemi, seja pelos fundos já existentes.

Isso porque quando há shoppings disponíveis, ao ter uma proposta de venda, o vendedor tem de oferecer primeiro para os demais sócios. “E se o shopping é bom, os demais sócios acabam comprando”, comenta.

“Aproveitamos um momento oportuno de consolidação dos gestores de fundos imobiliários para vender ao Patria seis fundos listados. A gestora de recursos da Genial continua gerindo um volume expressivo de R$ 73 bilhões, um negócio que permanece grande e com expectativa de expansão”, diz André Schwartz, CEO do Banco Genial.

A conclusão da transação dos fundos está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e das respectivas assembleias de cotistas dos FIIs.

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