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O concreto de ultra resistência desenvolvido especialmente para o projeto aplicada com asinternacionais atenderá a requisitos extremos de carga estrutural, durabilidade e desempenho térmico — condições indispensáveis para edificações em escala supertall (Divulgação/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 10h00.
Última atualização em 29 de setembro de 2025 às 10h42.
Muito em breve as estradas que ligam o Rio Grande do Sul a Santa Catariana terão filas de caminhões transportando milhares de vergalhões de aço que farão parte da estrutura daquele que deseja ser o prédio residencial mais alto do mundo. A ArcelorMittal é a fornecedora exclusiva do aço para a construção do Senna Tower, em Balneário Camboriú, cujas obras começam nas próximas semanas.
“A parceria vai além do fornecimento básico do material, envolvendo conhecimento técnico e engenharia. Participamos desde a fase de elaboração do projeto, em 2021. Na época, a Construtora FG [responsável pelo edifício] nos consultou para saber quais tecnologias e materiais poderiam ser aplicados para um projeto dessa magnitude”, explica Everton Negresiolo, CEO da divisão de aços longos da ArcelorMittal na América Latina.
Coincidentemente, a empresa já tinha começado a desenvolver, aqui no Brasil, pela primeira vez, um vergalhão de aço de alta resistência, o CA70/S. O material caiu como uma luva para o prédio de 150 andares e 550 metros de altura.
Vergalhão é uma barra de aço de cerca de 16 metros de comprimento, sendo o principal produto utilizado na construção civil. Em edifícios, ele tem duas grandes aplicações: na fundação, que fica abaixo do solo, e na estrutura.
“Com as barras, construímos uma malha de aço que vai dar sustentação ao prédio. E esse tipo específico de material desenvolvido pela ArcelorMittal tem um limite de resistência 40% maior. Isso corrobora para uma racionalização do aço na obra, tornando-a muito mais leve”, explica Negresiolo.
O Senna Tower é tão alto que o uso do aço comum poderia inviabilizar sua construção por conta do peso elevado. Considerando o material mais resistente, ainda sim a quantidade de aço é hiperbólico: a expectativa é que seja utilizado de 25 mil a 35 mil toneladas de aço nas obras.
O aço de alta resistência é fabricado em fábricas da empresa em Juiz de Fora e Piracicaba. Do Sudeste, vão para em Porto Alegre, onde são cortados, soldados e armados, e então transportado até Balneário Camboriú.
O edifício contará com duas mega coberturas triplex avaliadas em R$ 300 milhões cada. Já as coberturas duplex terão preço de R$ 200 milhões.
Segundo a FG, o investimento total no arranha-céu residencial ultrapassou R$ 3 bilhões. As unidades mais acessíveis partem de R$ 28 milhões e já estão à venda. As mais caras, por sua vez, serão leiloadas.
O valor geral de vendas (VGV) do empreendimento soma R$ 8,5 bilhões. Deste total, R$ 1,3 bilhão já foi comercializado. Os compradores estão concentrados principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil, além de clientes do exterior.
Ao todo, o edifício terá 228 unidades: 18 mansões suspensas, com áreas que variam entre 420 e 563 metros quadrados; 204 apartamentos de até 400 metros quadrados; quatro coberturas duplex, com 600 metros quadrados; e duas coberturas triplex, de 903 metros quadrados.
O prédio será equipado com sete elevadores de alta performance, apontados como os mais rápidos do Brasil, com capacidade de ir do térreo ao último andar em menos de um minuto.