Mercado Imobiliário

Patrocínio:

Design sem nome (3)

Zuckerberg gasta US$ 110 milhões em 11 casas e coloca a vida dos vizinhos de ponta-cabeça

Crescent Park era um bairro tranquilo da Califórnia até a chegada do CEO da Meta. Em dias de festa, a rua é ocupada por caminhões, valets e música alta

Crescent Park: bairro era tranquilo até a chegada de Mark Zuckerberg. Em dias de festa, a rua é ocupada por caminhões, valets e música alta (Craig T Fruchtman/Getty Images)

Crescent Park: bairro era tranquilo até a chegada de Mark Zuckerberg. Em dias de festa, a rua é ocupada por caminhões, valets e música alta (Craig T Fruchtman/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 11h43.

Por mais de meio século, o bairro de Crescent Park, em Palo Alto, simbolizou o ideal de vida na Califórnia: casas de madeira em estilo Craftsman, ruas arborizadas e festas de quarteirão que reuniam famílias e amigos. O cenário começou a mudar em 2011, quando Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e hoje com uma fortuna de US$ 270 bilhões, comprou sua primeira casa na Edgewood Drive.

Desde então, o executivo adquiriu pelo menos outras dez propriedades vizinhas, totalizando mais de US$ 110 milhões em compras, de acordo com informações do jornal americano The New York Times.

Boa parte dos imóveis está vazia — algo incomum em uma das áreas mais disputadas do Vale do Silício. Em cinco deles, Zuckerberg construiu um complexo particular com casa principal, casas de hóspedes, piscina coberta, jardins e quadra de pickleball. O conjunto é cercado por árvores altas e patrulhado por seguranças.

Debaixo da estrutura, há um porão de 650 metros quadrados. A construção levou oito anos e gerou incômodo contínuo: ruas bloqueadas por caminhões, entulho espalhado e barulho constante.

Com as obras vieram também câmeras direcionadas para casas vizinhas e seguranças que abordam pedestres. A presença de Zuckerberg, embora rara em aparições, é sentida no dia a dia, ainda segundo a publicação americana.

Aaron McLear, porta-voz da família de Zuckerberg, disse que as medidas seguem protocolos exigidos pela Meta e que os vizinhos são avisados com antecedência sobre eventos.

Ainda assim, moradores relatam desconforto. Parte da tensão vem do uso irregular de uma das casas como escola particular para 14 crianças, algo não permitido pela legislação local.

Histórico do 'War' de Zuckerberg no bairro

Em 2016, Zuckerberg tentou aprovação para demolir quatro casas e construir outras menores com grandes porões. O projeto foi barrado pelo conselho de revisão arquitetônica. A solução encontrada foi executar as obras de forma fatiada: uma ou duas casas por vez, evitando nova avaliação coletiva.

As aquisições foram feitas por meio de sociedades de responsabilidade limitada, com cláusulas de confidencialidade. Os valores pagos chegaram a US$ 14,5 milhões por imóvel, muitas vezes o dobro do valor de mercado.

A movimentação foi retomada em 2022, com a compra de mais seis casas — quatro delas nos últimos 15 meses. Em 14 anos, Zuckerberg somou 56 licenças de obra na região.

Enquanto isso, moradores enfrentam obras que bloqueiam entradas de garagem e causam danos a carros.

Em dias de festa, a rua é ocupada por caminhões, valets e música alta. Recompensas vêm em forma de presentes: chocolates, donuts, garrafas de vinho e, em casos extremos, fones de ouvido com cancelamento de ruído, de acordo com fontes ouvidas pelo NYT.

Mas Zuckerberg não participa das festas de quarteirão. Em vez disso, envia carrinhos de sorvete e presentes. Vizinhos que tentaram incluir a família no convívio comunitário afirmam que as tentativas foram ignoradas.

Acompanhe tudo sobre:mark-zuckerbergMetaFacebookMercado imobiliárioCalifórnia

Mais de Mercado Imobiliário

Com crédito escasso, intenção de compra de imóveis cai a menor nível desde 2019

O prédio de luxo que quase foi demolido — e depende do leilão de Cepacs para concluir as obras

Os 15 minutos que podem redefinir a Faria Lima: o que esperar do leilão de Cepacs

Minha casa é uma praça? Imóvel de mais de 80 anos vive sem registro