Escritório da startup sueca Klarna: a empresa já movimenta bilhões com crédito parcelado sem juros (Klarna/Divulgação)
Redatora
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 19h59.
O Klarna Group PLC abriu o capital na Bolsa de Valores de Nova York com ações precificadas inicialmente em US$ 40, mas os papéis chegaram a US$ 52 na abertura — alta de 30%. Durante o dia, os papéis chegaram a US$ 57,20, mas fecharam a US$ 45 no pregão.
A estreia foi bem recebida, embora menos impactante que a da Figma Inc., cujas ações mais que triplicaram em relação ao preço de oferta, e da Circle Internet Group Inc., que também registrou forte valorização antes de recuar.
Fundada na Suécia e recentemente "deslocada" para o Reino Unido, a Klarna busca se tornar uma parceira de gastos do dia a dia, oferecendo opções de pagamento “compre agora, pague depois” e pagamentos à vista via débito automático ou cartão.
O lançamento recente de um cartão de débito da empresa gerou uma lista de espera de 5 milhões de clientes em menos de dois meses, conforme destacou o diretor financeiro Niclas Neglén, ao MarketWatch. A estratégia visa ampliar a presença da fintech nos hábitos de consumo e em compras de menor valor.
A empresa também planeja parcerias com provedores de pagamento como Stripe e Worldpay, tornando seus serviços mais integrados aos sistemas de pagamento de comerciantes - Visa e Mastercard.
A Klarna e a Affirm Holdings Inc. seguem estratégias diferentes no mercado BNPL (Buy Now, Pay Later). Enquanto a fintech foca em opções como “pague em quatro”, a Affirm prioriza ofertas com juros.
Nos últimos 12 meses, ambas registraram receitas semelhantes — US$ 3,1 bilhões para Klarna e US$ 3,2 bilhões para Affirm —, mas a fintech apresentou prejuízo líquido de US$ 100 milhões, enquanto a Affirm teve lucro líquido de US$ 52 milhões.
Segundo Neglén, a Klarna mantém “equilíbrio entre crescimento e lucratividade”, acumulando histórico de 14 anos consecutivos de lucro líquido positivo entre 2005 e 2018 antes da expansão para os EUA.
Especialistas dizem que a companhia se posiciona como uma opção mais amigável ao consumidor em relação aos bancos tradicionais, que lucram com taxas de atraso e crédito rotativo. O CEO Sebastian Siemiatkowski afirmou que a Klarna oferece um produto considerado mais seguro, especialmente para compras pequenas, como refeições, onde o crédito rotativo geraria altos juros.
“Este é um produto muito mais seguro e inteligente do que ter um cartão de crédito rotativo no qual você paga 30% de juros e mal consegue pagar aquele burrito ao longo dos meses”, disse Neglén ao site.