Presidente do Conselho Europeu, António Costa, acena ao lado do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira (AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 29 de maio de 2025 às 11h10.
Última atualização em 29 de maio de 2025 às 16h28.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse esperar que o acordo entre União Europeia e Mercosul seja finalizado até dezembro deste ano.
"Em junho ou julho, o acordo será enviado para o Conselho Europeu. Nosso objetivo é que a assinatura possa ser coincidente com a reunião de cúpula do Mercosul, em dezembro", disse, durante entrevista coletiva em São Paulo.
Costa participou do 1º Fórum de Investimentos Brasil-União Europeia, em São Paulo. O evento é organizado pela ApexBrasil, pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pela União Europeia.
A reunião de cúpula do Mercosul será realizada este ano no Brasil, pois o país está com a Presidência temporária do bloco neste ano. Costa disse que seria importante ter a finalização do acordo durante o mandato brasileiro, pois o país se empenhou muito por sua conclusão.
"Assinar em dezembro é um objetivo. Mas se for em janeiro, e não for em dezembro, não causará grandes problemas", disse.
O presidente disse que o acordo está na conclusão da fase de tradução para os idiomas de todos os países, para então ser analisado por cada um dos 27 países do bloco.
Costa afirmou ainda que o acordo foi debatido ao longo de 20 anos, e que os países precisam ter foco nos ganhos totais, em vez de analisar perdas e ganhos "linha por linha".
O acordo entre Mercosul e União Europeia é negociado há 20 anos. No final de 2024, ele foi finalizado e aprovado pelos países do Mercosul, mas ainda precisa ser aprovado pelos países europeus para entrar em vigor.
O acordo entre os dois blocos abrangerá 20% do PIB mundial e beneficiará 720 milhões de pessoas, apontou Costa.
"Ao eliminar 90% das tarifas aduaneiras, este acordo reforçará as duas regiões com epicentro geográfico do comércio e de investimentos globais", afirmou.
A ApexBrasil estima que as exportações do Brasil para a Europa possam crescer 10% nos quatro primeiros anos após o acordo passar a vigorar, e que a alta pode chegar a 30% até 2035.