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AI acusa milícias pró Kiev de bloquear ajuda para o leste

Segundo a organização, os batalhões de voluntários estão impedindo o acesso de alimentos e remédios


	Homens armados são vistos no território controlado pela autoproclamada República Popular de Donetsk
 (Maxim Zmeyev/Reuters)

Homens armados são vistos no território controlado pela autoproclamada República Popular de Donetsk (Maxim Zmeyev/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2014 às 08h45.

Londres - A Anistia Internacional (AI) prevê uma crise humanitária no leste da Ucrânia porque as milícias pró Kiev estão impedindo o acesso de ajuda humanitária.

Segundo a organização, os batalhões de voluntários estão impedindo o acesso de alimentos e remédios, o que "exacerbará uma iminente crise humanitária no Natal e no Ano Novo".

"Com a chegada do inverno, a desesperadora situação na Ucrânia oriental piorará ainda mais porque que os batalhões de voluntários impedem que a ajuda de alimentos e remédios chegue às pessoas que necessitam", declarou o diretor da AI para Europa e Ásia Central, Denis Krivosheev.

"Não é nenhum segredo que a região enfrenta um desastre humanitário, com muitos já sob o risco de crise de fome", advertiu.

Segundo Krivosheev, as milícias atuam por sua conta como quadrilhas e "devem ser submetidas a controle".

"Negar comida às pessoas presas em um conflito viola a legislação internacional e os autores devem prestar contas", enfatizou o diretor da AI para a região.

A Anistia tem informação que os batalhões pró Kiev, entre eles Dnipro-1 e Aidar, bloquearam o acesso de ajuda humanitária aos territórios das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

Mais da metade da população nessas áreas dependem da ajuda humanitária, pois os salários, a previdência e os subsídios sociais deixaram de ser pagos com regularidade desde o início do conflito, em maio.

A decisão do governo de Kiev, tomada em novembro, de isolar economicamente a região contribuiu para aumentar as dificuldades que a população tem enfrentado, denunciou a AI.

Nos últimos seis meses, a forças separatistas pró-Rússia e as leais a Kiev protagonizaram um conflito armado que deixou cerca de cinco mil mortos, entre combatentes e civis.

A Anistia pediu ao governo ucraniano que controle os batalhões de voluntários e que garanta que a ajuda humanitária alcance os que necessitam.

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