Agência de notícias
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 12h15.
Um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que terá uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente na semana que vem, e comentar que teve uma “boa química” no primeiro encontro pessoal com o mandatário brasileiro, o vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que acredita no “diálogo” para reverter o tarifaço americano sobre as exportações do Brasil para lá.
"A boa química entre as pessoas ajuda no relacionamento entre os países", disse Alckmin, após participar da abertura de um seminário, na sede do BNDES, no Rio.
Ele enalteceu o discurso de Lula na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira, e classificou de “bom encontro” a conversa de menos de um minuto do presidente brasileiro com Trump.
Alckmin voltou a afirmar que a sobretaxa americana adicional sobre os produtos brasileiros, em vigor desde o início de agosto, é "injustificável" e lembrou que o Brasil não sobretaxa as importações vindas dos EUA.
Dos dez produtos mais importados pelo país junto aos EUA, oito são isentos de tarifas de importação, o que contribui para que, na média, a taxação brasileira sobre as vendas americanas fique em 2,7%, reafirmou o vice-presidente.
Alckmin citou o Redata, programa de incentivos e benefícios tributários para investimentos em data centers, como oportunidade de investimentos estrangeiros no Brasil, mas evitou detalhar o que o país poderia oferecer aos americanos em termos de negociação comercial.
Sobre a regulação das plataformas digitais e de redes sociais, tema que aparece entre as preocupações de Trump em seus discursos e postagens, Alckmin disse que a legislação recentemente aprovada pelo Congresso, e sancionada por Lula, é boa. E repetiu o posicionamento do Palácio do Planalto sobre o tema, de que é preciso combinar a liberdade de expressão com a proteção dos usuários, especialmente crianças e adolescentes.
O vice-presidente também é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, supervisiona as políticas de comércio exterior e, portanto, tem conduzido as negociações comerciais com a Casa Branca.
Questionado, Alckmin não confirmou quando será a reunião entre Lula e Trump, tampouco disse se o encontro será presencial ou remoto, por videoconferência ou telefone.
O vice-presidente também não respondeu se ele ou sua equipe já teve ou planeja ter contatos prévios com a equipe do Departamento de Comércio americano, antes da conversa entre os dois presidentes.