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Além do Melissa: relembre os furacões mais fortes da história

Fenômeno alcança o maior nível da escala Saffir-Simpson; potencial de devastação acende alerta e traz lembranças de furacões arrasadores

De acordo com ambientalistas, a intensificação rápida de furacões está se tornando cada vez mais frequente. (NOAA/Divulgação)

De acordo com ambientalistas, a intensificação rápida de furacões está se tornando cada vez mais frequente. (NOAA/Divulgação)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 13h52.

O furacão Melissa, nesta quarta-feira, 29, passa pela Cuba, depois de ter devastado a Jamaica. Com ventos registrados de até 280 km/h, o fenômeno chega à categoria 5 na escala Saffir-Simpson, o maior índice, conforme o Centro Nacional de Furacõe dos Estados Unidos.

A expectativa é de que o Melissa chegue à costa da Jamaica ao longo desta terça-feira, 28. As autoridades alertam para a possibilidade de marés de tempestade devastadoras, enchentes súbitas e ventos de força catastrófica atingirem diversas regiões da ilha.

Relembre os furacões mais fortes da história

A formação de furacões de categoria 5 é rara, mas não inédita. Ao longo da história, diversos fenômenos alcançaram essa classificação e deixaram rastros de destruição.

Vale destacar que a intensidade nem sempre se traduz em maior número de vítimas, já que outros fatores como densidade populacional e infraestrutura também influenciam o impacto.

1. Grande Furacão de 1780

O Grande Furacão de 1780 é considerado o furacão atlântico mais mortal já registrado. O fenômeno devastou o Caribe em outubro daquele ano, atingindo especialmente Barbados, Martinica e Santa Lúcia.

Segundo estimativas históricas, os ventos ultrapassaram 322 km/h, deixando entre 20 mil a 27,5 mil pessoas mortas, incluindo milhares em navios que afundaram durante a tempestade.

A escala de destruição foi tanta que alterou o curso de batalhas navais que ocorriam na região durante a Guerra de Independência Americana.

2. Ciclone Bhola (1970)

O Ciclone Bhola, que atingiu Bangladesh (então Paquistão Oriental) e a Índia em novembro de 1970, é o ciclone tropical mais mortal da história. Estima-se que cerca de 500 mil pessoas tenham morrido.

A tempestade gerou uma onda de 10,5 metros que inundou áreas costeiras densamente povoadas. Além disso, a falta de sistemas eficientes de alerta dificultou a evacuação das comunidades mais vulneráveis.

O desastre teve consequências políticas profundas, contribuindo para tensões que culminaram na Guerra de Independência de Bangladesh no ano seguinte. Ainda hoje, as baixas causadas pelo Bhola não foram superadas por nenhum outro fenômeno natural.

3. Furacão Katrina (2005)

O furacão Katrina é o mais caro da história, com danos estimados em US$ 201,3 bilhões (cerca de R$ 1,1 trilhão em valores atualizados). O fenômeno atingiu a costa do Golfo dos Estados Unidos em agosto de 2005, com a cidade de Nova Orleans sofrendo as maiores consequências.

Foto aérea de Louisiana alagada pela passagem do furacão Katrina em 2005

Foto aérea de Louisiana alagada pela passagem do furacão Katrina em 2005 (REUTERS)

Na época, o rompimento dos diques de contenção alagou 80% da metrópole, deixando milhares de pessoas ilhadas. Ao todo, 1.833 pessoas morreram e pelo menos 217 mil casas foram destruídas.

O Katrina também gerou 59 tornados derivados, ampliando ainda mais a área de destruição.

Furacão Patricia (2015)

O furacão Patricia detém o recorde de maior velocidade de vento já registrada no Hemisfério Ocidental. Os ventos sustentados chegaram a 356 km/h quando o fenômeno se formou no Pacífico, próximo ao México, em outubro de 2015.

Contudo, o Patricia enfraqueceu rapidamente ao tocar as montanhas mexicanas. Por essa razão, o número de vítimas foi surpreendentemente baixo, com apenas seis mortes confirmadas.

 

O caso é um exemplo de que a intensidade dos ventos nem sempre determina o impacto humanitário. A topografia e a densidade populacional das áreas atingidas são fatores igualmente cruciais na definição dos danos.

Furacões recentes (2024-2025)

O ano de 2024 registrou dois furacões especialmente devastadores nos Estados Unidos. O furacão Helene alcançou a categoria 4, com ventos de 220 km/h, e deixou mais de 223 mortos, especialmente nas Carolinas, devido a inundações rápidas.

Flórida ainda está se recuperando dos danos causados durante a passagem do furacão Helene

Flórida ainda está se recuperando dos danos causados durante a passagem do furacão Helene (AFP/Divulgação)

Já o furacão Milton atingiu a categoria 5, com ventos de 250 km/h, e causou evacuação em massa na Flórida. Os danos em seguros chegaram a cerca de US$ 100 bilhões, tornando-o um dos mais caros já registrados.

Em 2025, foi o furacão Erin quem chamou atenção pelo fenômeno de intensificação rápida. O sistema saltou de categoria 1 para categoria 5 em pouco mais de 24 horas, se tornando o primeiro furacão do ano.

De acordo com especialistas, a intensificação rápida de furacões está se tornando cada vez mais frequente. A causa estaria relacionada com o aquecimento dos oceanos, provocado pelas mudanças climáticas, que cria condições ideais para que as tempestades ganhem força em poucas horas.

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