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Arábia Saudita ordena venda de ativos canandenses, aponta imprensa

Crise diplomática entre os países começou quando ministra canadense pediu no Twitter a libertação dos ativistas sauditas Samar e Raif Badawi

Arábia Saudita: país anunciou ainda a suspensão de todos os programas de tratamento de pacientes sauditas em hospitais do Canadá (STILLFX/Thinkstock)

Arábia Saudita: país anunciou ainda a suspensão de todos os programas de tratamento de pacientes sauditas em hospitais do Canadá (STILLFX/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 18h26.

Toronto - O Banco Central da Arábia Saudita ordenou a venda de todos os ativos canadenses que possui, como consequência da disputa diplomática entre os dois países, informaram nesta quarta-feira veículos de imprensa do Canadá.

A radiotelevisão pública canadense "CBC" disse que o Banco Central da Arábia Saudita deu ordens aos gerentes de fundos para se desfazer de todos os tipos de ações, bônus e outros ativos canadenses.

Se esta informação for confirmada, a decisão saudita se somaria a outras medidas empreendidas nos últimos dias pelas autoridades de Riad contra o Canadá em represália pelas críticas às violações de direitos humanos no reino.

A Arábia Saudita anunciou hoje a suspensão de todos os programas de tratamento de pacientes sauditas em hospitais do Canadá e a transferência dos mesmos a outros países.

Também ordenou que mais de 8 mil sauditas que estudam no Canadá graças a bolsa de estudos outorgadas pelo Governo de Riad que deixem o país americano e cancelou todas as compras de cereais procedentes do Canadá.

A estas medidas se somam à suspensão de todos os voos a Toronto da companhia aérea estatal e a expulsão do embaixador canadense no país.

A crise diplomática entre o Canadá e a Arábia Saudita começou na semana passada quando a ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, pediu no Twitter a libertação dos ativistas sauditas Samar e Raif Badawi.

Freeland também expressou sua "profunda preocupação" pelas detenções na Arábia Saudita de ativistas que defendem os direitos das mulheres.

"Solicitamos às autoridades sauditas que os libertem imediatamente e a todos aqueles ativistas pacíficos de defesa dos direitos humanos", afirmou Freeland.

O Executivo saudita considerou que a queixa canadense era uma "ingerência flagrante nos assuntos internos do reino", e defendeu a legalidade das detenções dos ativistas.

Samar Badawi foi detida no final de julho na Arábia Saudita e é uma ativista reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho a favor dos direitos das mulheres; enquanto seu irmão, o blogueiro Raif Badawi, prêmio Sakharov à Liberdade de Consciência, cumpre uma condenação dez anos de prisão e um castigo de mil chicotadas por "insultar o Islã" e criticar a Polícia da Moralidade em seu blog.

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