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Ataque em sinagoga em Manchester deixa mortos e feridos durante Yom Kippur

Primeiro-ministro Keir Starmer interrompeu viagem para convocar reunião de emergência

Sinagoga em Manchester: ataque durante o Yom Kippur deixou dois mortos e três feridos graves, segundo a polícia.

Sinagoga em Manchester: ataque durante o Yom Kippur deixou dois mortos e três feridos graves, segundo a polícia.

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 2 de outubro de 2025 às 12h44.

Duas pessoas morreram e três ficaram gravemente feridas nesta quinta-feira, 2, do lado de fora de uma sinagoga lotada para o feriado do Yom Kippur em Manchester, no norte da Inglaterra. A polícia tratou o episódio como um ataque terrorista, no qual o suposto autor também morreu.

A polícia da Grande Manchester informou que "duas pessoas foram assassinadas em um incidente grave do lado de fora da sinagoga" em Heaton Park, no bairro de Crumpsall.

O ataque envolveu atropelamentos e esfaqueamentos. O suspeito foi morto por disparos das forças de ordem, mas a confirmação da morte demorou porque ele poderia estar carregando "objetos suspeitos", segundo a corporação, o que exigiu ação de uma equipe de desarmamento de bombas.

Os fiéis que estavam no interior do templo foram inicialmente mantidos no local e depois retirados com segurança.

Testemunhas relatam momento do ataque

A polícia recebeu uma chamada de emergência por volta das 9h30 (5h30 em Brasília), após relatos de que "um carro atropelou pessoas e um homem foi esfaqueado".

Segundo testemunhas, um segurança da sinagoga também foi atacado com faca. A moradora Chava Lewin disse à agência PA que viu o agressor “atacar várias pessoas com uma faca, depois atacar o segurança e tentar entrar na sinagoga. Alguém bloqueou a porta; todos ficaram muito abalados”.

Um grande dispositivo policial foi montado na área, e membros da comunidade judaica se reuniram próximo ao local para rezar.

Reações de autoridades no Reino Unido e em Israel

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou-se "horrorizado" com o ataque, interrompeu sua participação na cúpula da Comunidade Política Europeia em Copenhague e convocou uma reunião de emergência. Ele também anunciou o reforço da segurança em sinagogas em todo o país.

O rei Charles III disse estar "profundamente chocado e entristecido". Já a embaixada de Israel em Londres condenou o ato, classificando-o como "odioso e profundamente perturbador".

Contexto: aumento de incidentes antissemitas

O ataque ocorreu durante o Yom Kippur, o feriado mais sagrado do judaísmo, quando fiéis visitam sinagogas para orações. O episódio acontece poucos dias antes do segundo aniversário do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou mais de 1,200 mortos em Israel e desencadeou a ofensiva em Gaza, que já causou mais de 66 mil mortes, segundo dados citados pela ONU.

O Community Security Trust (CST), entidade que monitora antissemitismo no Reino Unido, chamou o ataque de “horrível”. A organização aponta que o país registrou 1.521 incidentes antissemitas apenas no primeiro semestre de 2025, número que, embora inferior ao de 2024, ainda é o segundo maior já registrado.

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