Perspectiva da Assembleia Geral da ONU, em 2024 (AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 09h26.
Última atualização em 21 de setembro de 2025 às 09h31.
Jerusalém, 21 set (EFE).- A ministra das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Varsen Aghabekian, se mostrou neste domingo na expectativa quanto ao início da Assembleia Geral da ONU, que começa amanhã em Nova York, e afirma que será "uma semana memorável e significativa", já que se espera que vários países reconheçam o Estado palestino.
Para Aghabekian, o fato de grandes potências ocidentais como Reino Unido, Canadá e Austrália se somarem a esta iniciativa "transmite uma mensagem de esperança ao povo palestino", enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão imersos na invasão da cidade de Gaza, forçando todos os seus residentes a se deslocarem para o sul.
De fato, segundo adiantado hoje por vários meios de comunicação britânicos, está previsto que o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anuncie durante a tarde deste domingo o reconhecimento oficial do Estado da Palestina.
No último dia 29 de julho, o chefe do governo britânico já havia antecipado que o reconhecimento do Estado palestino ocorreria em setembro, antes da realização da Assembleia Geral da ONU, se Israel não cumprisse uma série de condições, como dar passos para acabar com a "situação catastrófica em Gaza", decretar um cessar-fogo ou assegurar a não anexação da Cisjordânia.
Em uma entrevista coletiva em Ramala, realizada neste domingo e repercutida pela agência de notícias oficial palestina "Wafa", a ministra palestina afirmou que estas iniciativas são um "reflexo do apoio internacional aos líderes palestinos e à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), único representante legítimo do povo palestino" que, insistiu, "acredita na paz e na solução de dois Estados".
"A ocupação é a causa fundamental da instabilidade na região e do sofrimento do povo palestino", asseverou.
Além disso, ressaltou que as principais prioridades do governo liderado por Mahmoud Abbas são "pôr fim ao genocídio, à fome em Gaza, prevenir o deslocamento forçado e garantir a proteção do povo palestino".
Muitos analistas preveem que o reconhecimento do Estado palestino não irá parar a ofensiva israelense em Gaza, mas deixará ainda mais em evidência o isolamento de EUA e Israel, que veem seus apoios reduzidos aos de governos de extrema direita (Hungria e Argentina, entre eles) e a vários Estados minúsculos do Pacífico.
Até agora, 147 países já reconhecem o Estado palestino, uma ampla maioria entre os 193 Estados-membros da ONU.