O ministro do governo boliviano, Eduardo del Castillo, dá entrevista coletiva sobre a situação dos bloqueios de estradas e a autorização do ex-presidente Evo Morales para porte de armas de fogo em La Paz, em 30 de outubro de 2024. Morales está sob investigação por estupro, tráfico de pessoas e contrabando de seu alegado relacionamento com uma menina de 15 anos em 2015. Os manifestantes têm bloqueado estradas desde 14 de outubro na esperança de evitar a sua prisão. Ele afirma que as acusações foram forjadas para tentar impedi-lo de retornar ao poder (Jorge BERNAL/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 17 de agosto de 2025 às 13h43.
O candidato à presidência pelo governista Movimento ao Socialismo (MAS), Eduardo del Castillo, afirmou neste domingo que o povo sabe que "a melhor opção" eleitoral é o seu partido.
"É um direito democrático que o povo pode votar em branco, pode votar nulo, no entanto, sabe que a melhor opção é a do MAS", disse Del Castillo aos meios de comunicação na cidade oriental de Santa Cruz antes de votar nas eleições gerais que acontecem hoje na Bolívia.
O advogado, de 36 anos, declarou que "é preciso sair da crise" econômica que o país atravessa "sem afetar o bolso dos mais pobres" e também expressou seu desejo de que "seja uma jornada bastante tranquila".
"O povo sabe que temos problemas, mas esta é a forma de solucionar os problemas, não com bloqueios, não com violência. A pessoa tem que vir e exercer seu direito democrático, escolher a melhor opção que considere sem que afete seu bolso, e é precisamente isso que estamos vindo fazer", acrescentou.
Del Castillo está posicionado entre os últimos lugares nas pesquisas pré-eleitorais e, se não atingir 3% da votação, o MAS poderá perder seu registro legal.
Na véspera, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) recomendou que as pessoas não levem o celular ao votar, após denúncias de que, em algumas instituições estatais, os funcionários estariam sendo obrigados a votar em determinados candidatos e a comprovar com fotos de suas cédulas que o fizeram, sob ameaça de demissão.
Mais de 7,5 milhões de pessoas são esperadas nas urnas em território boliviano para eleger o presidente, o vice-presidente e os parlamentares do Legislativo. Outros 369.308 cidadãos votarão no exterior, embora estes escolham apenas o candidato à presidência e não sejam obrigados a votar.
O voto no país sul-americano é obrigatório e, após votar, a pessoa recebe um certificado de sufrágio que deverá apresentar para realizar qualquer trâmite em instituições públicas e bancárias nos 90 dias posteriores às eleições.
Os locais de votação distribuídos em todo o país abriram às 8h (horário local, 9h de Brasília), e funcionarão durante oito horas ininterruptas até às 16h (17h), quando está previsto o fechamento.
A Bolívia conta para esta eleição com o Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (Sirepre), cujos primeiros dados serão divulgados às 21h (horário local, 22h de Brasília).
Também estão em campo 14 missões internacionais de observação eleitoral, sendo as mais numerosas as da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), além de outras cinco delegações nacionais para fiscalizar o processo.
Para vencer no primeiro turno, um candidato deve obter mais de 50% dos votos, ou um mínimo de 40% com pelo menos dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado, segundo a lei do Regime Eleitoral. EFE