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Candidato nacionalista conservador vence no segundo turno presidencial da Polônia

Candidato nacionalista conservador vence no segundo turno presidencial da Polônia

Karol Nawrocki: novo presidente da Polônia venceu com discurso nacionalista e promete vetar avanços sociais (Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images)

Karol Nawrocki: novo presidente da Polônia venceu com discurso nacionalista e promete vetar avanços sociais (Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 2 de junho de 2025 às 09h11.

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O historiador nacionalista Karol Nawrocki venceu a eleição presidencial na Polônia, segundo os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, o que representa um revés para o governo pró-europeu do primeiro-ministro Donald Tusk.

Nawrocki, de 42 anos e admirador do presidente dos EUA, Donald Trump, obteve 50,89% dos votos na eleição de domingo, segundo informou a comissão eleitoral nacional.

Seu rival, Rafal Trzaskowski, de 53 anos, prefeito pró-europeu de Varsóvia e aliado do governo Tusk, ficou com 49,11%. A participação foi de 71,63% do eleitorado.

Nawrocki foi indicado pelo partido de direita Lei e Justiça (PiS), que governou a Polônia entre 2015 e 2023, e é próximo do presidente em fim de mandato Andrzej Duda.

“Parabéns ao vencedor”, escreveu no X o conservador Duda, que agradeceu à população por “cumprir seu dever cívico” ao votar. A campanha de Nawrocki foi baseada no lema “Polônia primeiro, poloneses primeiro”.

Ucrânia, Otan e refugiados

Durante a campanha, Nawrocki prometeu manter o apoio da Polônia à vizinha Ucrânia contra a invasão russa, mas ao mesmo tempo criticou a ajuda oferecida aos refugiados ucranianos na Polônia.

Em um vídeo de campanha, afirmou que “os benefícios sociais serão, acima de tudo, para os poloneses” e que “nas listas de espera para médicos e clínicas, os cidadãos poloneses devem ter prioridade”.

Em maio, disse que a Ucrânia “não demonstrou gratidão pelo que os poloneses fizeram”.

Sua oposição à entrada da Ucrânia na Otan gerou fortes críticas por parte de Kiev.

Na Polônia, um país de rápido crescimento econômico com 38 milhões de habitantes, o presidente tem poder de vetar leis e é o comandante supremo das Forças Armadas.

Disputas sobre imigração, aborto e direitos civis

A vitória de Nawrocki pode bloquear a agenda progressista do primeiro-ministro Donald Tusk em favor dos direitos da população LGBTQ e do alívio das severas restrições ao aborto. Também pode reacender tensões com a União Europeia sobre questões relacionadas ao Estado de Direito.

As reformas planejadas por Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu que chegou ao poder em 2023, vêm sendo travadas pelo atual presidente Duda.

Muitos eleitores de Nawrocki disseram durante a campanha que desejam restrições mais severas à imigração e defendem mais soberania frente à UE.

— Os valores católicos são importantes para mim e sei que ele os compartilha — declarou à AFP em Varsóvia a aposentada Lila Chojecka, de 60 anos, antes de votar em Nawrocki.

Choque de visões na sociedade polonesa

Os apoiadores de Trzaskowski são favoráveis à introdução da união civil para casais do mesmo sexo e à autorização do aborto.

Malgorzata Wojciechowska, uma guia turística de cerca de 50 anos, lamentou que as mulheres polonesas “não tenham os mesmos direitos que nossas amigas europeias”.

Nesse sentido, a especialista em política Anna Materska-Sosnowska, da Universidade de Varsóvia, classificou a eleição como “um verdadeiro choque de civilizações”.

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