Mundo

Chanceler francês alerta sobre perigo islamita no Sahel

O ministro afirmou que deseja uma mobilização do Conselho de Segurança da ONU contra o "perigo islamita" no Sahel e contra a Al-Qaeda no Magreb Islâmico

"Na mesma linha de ideias, desejamos que o Conselho de Segurança se expresse" (©AFP / Joel Saget)

"Na mesma linha de ideias, desejamos que o Conselho de Segurança se expresse" (©AFP / Joel Saget)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2012 às 17h16.

Paris - A França deseja uma mobilização contra o "perigo islamita" no Sahel e contra a Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI), em nível regional e no Conselho de Segurança da ONU, declarou nesta terça-feira à AFP o chanceler francês, Alain Juppé.

"Alguns rebeldes podem se contentar com o controle dos territórios do norte (de Mali). Outros, como a AQMI, podem planejar se apoderar de todo o território malinense para formar uma república islamita", afirmou o ministro francês das Relações Exteriores, considerando que a ONU deveria se pronunciar claramente sobre "o perigo islamita".

O grupo Ansar Dine, que controla desde segunda-feira a cidade de Timbuktu "está estreitamente ligado à AQMI", disse Juppé.

"Seus objetivos não são conhecidos com detalhes, mas poderiam ser a instauração de um regime islamita em todo o Mali", acrescentou.

"É necessária uma resposta regional ao perigo islamita, que vai da Líbia à Nigéria. Apenas uma cooperação que envolva Argélia, Mauritânia, os países da Cedeao (Comunidade Econômica de Estados de África Ocidental), com apoio da França e da União Europeia, poderia progredir", considerou.

"Na mesma linha de ideias, desejamos que o Conselho de Segurança se expresse" a respeito, disse.

"Um projeto de declaração presidencial está sendo examinado para condenar mais uma vez o golpe de estado, pedir aos rebeldes o fim dos combates e iniciar um processo de diálogo. A França deseja chamar a atenção para o perigo islamita e a necessidade da comunidade internacional se mobilizar contra o terrorismo", explicou.

"O objetivo da AQMI é claro, é desestabilizar os regimes da zona mediante o terrorismo, apoiando-se em diversos tipos de tráfico, entre eles o de drogas. A região se transformou em uma encruzilhada da droga", acrescentou.

Na opinião do ministro, a crise do Mali com a reivindicação de independência dos tuaregues "é antiga e não data da crise líbia".

"É verdade que a situação na Líbia e a circulação de pessoas e de armas reavivaram esse conflito e favoreceram a ofensiva dos rebeldes em janeiro, mas não a explicam", disse.

A solução da crise no Mali só pode passar por um processo regional, insistiu Alain Juppé, descartando que a França, ex-potência colonial do Mali, envie tropas ao país.

Acompanhe tudo sobre:Al QaedaConselho de Segurança da ONUEuropaFrançaIslamismoPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Trump adia o aumento de tarifas para o México por 90 dias

Tarifas de Trump enfrentam teste na Justiça antes do prazo final de 1º de agosto

Trump anuncia acordo com Coreia do Sul para reduzir tarifa de 25% para 15%

Canadá anuncia intenção de reconhecer o Estado palestino em setembro