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Publicado em 26 de junho de 2025 às 14h34.
A China alcançou o impressionante valor de RMB 20,6 trilhões em investimento estrangeiro, segundo o relatório “Empresas Multinacionais na China”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa do Ministério do Comércio da China.
O estudo analisa a atuação de companhias estrangeiras no país em meio às mudanças da globalização, destacando como a China tem se tornado cada vez mais atrativa ao adotar uma estratégia abrangente para captar investimentos internacionais.
Até o final de 2024, mais de 1,239 milhão de empresas com capital estrangeiro estavam operando na China, com um volume acumulado de investimento direto externo de RMB 20,6 trilhões.
Empresas de diferentes setores estão aproveitando a escala do mercado e a infraestrutura robusta do país, fatores que impulsionam a expansão das operações.
A Airbus, por exemplo, comemorou em junho seus 40 anos de parceria com a aviação civil chinesa e iniciou a construção de uma planta de reaproveitamento de aeronaves A310 em Pequim.
A China se consolidou como o principal mercado da Airbus para aviões civis. De acordo com as estimativas da fabricante, até 2044, a média de voos por habitante na China deve triplicar, criando uma demanda por aproximadamente 9.570 novas aeronaves nos próximos 20 anos, o que corresponde a quase um quarto da demanda global.
A Phoenix Contact, em Nanjing, também investiu RMB 1 bilhão em uma nova fábrica integrada, com uma área de 55 mil m². A previsão é que a capacidade de produção aumente de duas a três vezes nos próximos cinco anos, atendendo setores como energia renovável e manufatura inteligente.
A estabilidade política e os avanços regulatórios são fatores-chave para o aumento do investimento estrangeiro na China. A Bayer, por exemplo, obteve em junho a certificação nacional para um sistema de injeção de contraste na área de diagnóstico por imagem, sendo a primeira do tipo no país. Esse avanço foi possível graças ao apoio governamental e à redução de barreiras regulatórias.
A Henkel também tem expandido suas operações no país. Após a instalação de um centro global de P&D em Xangai em 2021, a empresa iniciou a construção de uma nova base industrial em Yantai e entrou em operação com uma unidade de cosméticos em Taicang em 2025. O apoio governamental e a redução das barreiras ao capital estrangeiro são apontados como essenciais para a expansão da companhia.
A Schneider Electric, presente na China há 38 anos, é um exemplo de empresa que tem se beneficiado da integração com a economia digital do país.
Com cinco centros de P&D no território chinês, a companhia tem investido em inovação, com um aumento anual superior a 18% desde 2019. Além disso, a empresa tem incorporado tecnologias de inteligência artificial em suas fábricas, tornando suas unidades em Putuo e Wuxi referências em digitalização no setor industrial.
A Epson também está adaptando sua tecnologia às necessidades locais, desenvolvendo soluções em robótica industrial para setores como automotivo, saúde e energia. A empresa tem se integrado ao ecossistema de inovação da China, buscando parcerias locais para ampliar sua presença no mercado.
Desde 2023, o Ministério do Comércio e o Ministério da Ciência e Tecnologia da China têm publicado diretrizes para atrair centros de P&D estrangeiros.
Até maio de 2025, Xangai registrava 603 centros de P&D com capital externo, e Pequim reconheceu 110 novos centros em 2024, totalizando 221 unidades no início de 2025. Esses centros são fundamentais para fortalecer a inovação e a competitividade das empresas estrangeiras na China.
A China continua a ser um destino estratégico para multinacionais, com sua combinação de mercado amplo, infraestrutura avançada e ambiente regulatório favorável.