Mundo

Choques entre exército e M23 deixam 115 mortos na RD Congo

Segundo o governador, entre esses mortos estão dois militares das Forças Armadas da RDC (FARDC)

Membros do M23, na República Democrática do Congo: a RDC está ainda imersa em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003) (REUTERS)

Membros do M23, na República Democrática do Congo: a RDC está ainda imersa em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003) (REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 15h16.

Kinshasa - Pelo menos 115 pessoas morreram na quinta-feira em enfretamentos entre o exército da República Democrática do Congo (RDC) e o movimento rebelde M23, disse nesta sexta-feira à Agência Efe o governador da província oriental de Kivu do Norte, Julien Paluku.

Segundo o governador, entre esses mortos estão dois militares das Forças Armadas da RDC (FARDC).

"Acabaram de nos informar que a ministra ruandesa de Relações Exteriores pediu que cessem os combates, algo que não faz o menor sentido", disse Paluku.

"Nós temos a mesma opinião, já que está sendo realizada uma reunião entre diferentes especialistas da Comunidade Internacional das Regiões dos Grandes Lagos (CIRGL) para debater sobre o desdobramento de uma força internacional na fronteira entre RDC e a Ruanda", apontou.

Por enquanto, há uma trégua na zona conflituosa que diversos especialistas vinculam à chamada de paz de Ruanda, considerada por alguns como o padrinho de rebelião em Kivu do Norte.

Na opinião de Paluku, que não descarta um novo combate, as grandes baixas sofridas pelo M23 obrigaram a Ruanda ordenar a retirada de seus "apadrinhados".


Por sua vez, o porta-voz do governo congolês, Lambert Mende, comentou em entrevista coletiva o relatório do Conselho de Segurança da ONU, no qual denomina Ruanda como país aliado da rebelião do M23.

Segundo o relatório, Ruanda recruta em seu território jovens para fazerem parte no M23, além de fornecer tudo o que for necessário a esse grupo rebelde e hospitalizar rebeldes feridos em um centro próximo ao aeroporto de Kigali. Ruanda nega sua intervenção no conflito.

O M23 é um grupo de soldados congoleses fiéis ao rebelde Bosco Ntaganda, procurado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade.

Nos últimos meses, a zona oriental da RDC foi palco de diversos enfrentamentos entre o exército e os rebeldes do M23, conflitos que começaram em abril por conta da perda de poder do líder do grupo, imposta pelo Executivo de Kinshasa, e reivindicaram novas negociações com o governo.

Estes enfrentamentos forçaram milhares de pessoas a buscarem refúgio nas vizinhas Uganda e Ruanda.

A RDC está ainda imersa em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), na qual estiveram envolvidos vários países da África

Acompanhe tudo sobre:GuerrasTerroristasÁfrica

Mais de Mundo

Polônia pede sessão urgente do Conselho de Segurança após violação de espaço aéreo

NASA proíbe chineses com visto dos EUA de trabalhar em programas espaciais

Em meio a derrota política, Milei comemora inflação abaixo do esperado na Argentina em agosto: 1,9%

Exército do Nepal pede a turistas que busquem assistência durante toque de recolher