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Trump: presidente dos EUA criticou construção de estrada em Belém
Editor de Macroeconomia
Publicado em 9 de novembro de 2025 às 13h57.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou neste domingo, 9, a construção de uma estrada em Belém, no Pará, em referência à Avenida da Liberdade, obra de 13 quilômetros que corta áreas de floresta e comunidades locais e já havia sido alvo de controvérsia.
Em post em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou a obra como um "grande escândalo". O presidente dos EUA, que retirou o país do Acordo de Paris, é a mais notável ausência no encontro climático.
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"Eles devastaram completamente a Floresta Amazônica no Brasil para construir uma rodovia de quatro faixas para ambientalistas circularem. Virou um grande escândalo!", escreveu o presidente dos EUA.
No post, ele cita uma reportagem da Fox News que alega que 100.000 árvores foram derrubadas para construir uma estrada na região.
Anunciado em 2020, o projeto da Avenidade da Liberdade ganhou ritmo após a confirmação de Belém como sede da conferência climática mundial e se tornou alvo de controvérsia.
Em março, a BBC noticiou que a estrada ameaçava o meio-ambiente e as comunidades locais. O objetivo da obra de mobilidade é facilitar o tráfego para a capital paraense, sobretudo durante a COP30.
A informação desencadeou uma série de respostas dos governos do Pará e federal. A gestão paraense informou à época que "as comunidades estão sendo beneficiadas com infraestrutura e serviços" após a construção da estrada.
"A avenida de cerca de 13 km é uma importante obra de mobilidade para a Região Metropolitana de Belém, vai beneficiar mais de 2 milhões de pessoas e foi licitada antes mesmo de Belém ser definida como sede da conferência. Esse projeto não faz parte do pacote de investimentos para a COP, que contempla cerca de 30 obras estruturantes desenvolvidas pelo governo do Estado", disse o governo em nota à BBC na ocasião.
Já a Secretaria Extraordinária para a COP30, vinculada à Casa Civil da Presidência da República do Brasil, emitiu uma nota em março para explicar que a obra não era de "responsabilidade do governo federal ou faz parte das 33 obras de infraestrutura previstas para a realização da COP30".
"Salientamos que o título da notícia, em inglês e em português, desinforma o leitor, à medida que induz, de forma equivocada, a relação entre a obra e as ações do governo federal para a preparação da Conferência e que ficarão de legado à população da cidade", informou a Secretaria na época.
No sábado, 8, o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, já havia classificado a COP30 como uma conferência prejudicial e equivocada.
Em entrevista à Associated Press, ele afirmou que o evento “é essencialmente uma farsa” e “não é uma organização honesta buscando melhorar a vida humana”. Wright acrescentou que pode comparecer à próxima edição “para levar um pouco de bom senso”.
A Casa Branca confirmou que os Estados Unidos não vão enviar representantes de alto escalão à conferência. Segundo comunicado, o presidente “não colocará em risco a segurança econômica e nacional do país para perseguir metas climáticas vagas”.
Os Estados Unidos, a maior potência global, têm mudado de posição em questões climáticas de forma intensa nos últimos anos.
Em 2015, o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, apoiou o Acordo de Paris. No ano seguinte, contudo, Trump foi eleito presidente e retirou os EUA do compromisso após tomar posse.
Em 2021, nova reviravolta. O presidente Joe Biden, ex-vice de Obama, levou o país de volta ao acordo e lançou uma série de ações para estimular novas fontes de energia. Porém, Trump voltou à Casa Branca este ano, e retirou novamente os Estados Unidos do acordo climático.
Um dos seus lemas de campanha é "drill, baby, drill", um chamado a aumentar a exploração de petróleo.