Mundo

Coreia do Norte ameaça ter "duras medidas" perante sanções da ONU

O comunicado destacou que a resolução "desencadeará medidas mais duras de autodefesa" por parte da Coreia do Norte

Coreia do Norte: o regime liderado por Kim Jong-un defendeu seus últimos testes nucleares (AFP/Getty Images)

Coreia do Norte: o regime liderado por Kim Jong-un defendeu seus últimos testes nucleares (AFP/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 08h28.

Seul - A Coreia do Norte criticou nesta sexta-feira as novas sanções adotadas pela ONU contra o país, e afirmou que a resolução "eleva a tensão" e vai gerar "medidas de resposta mais duras de autodefesa", segundo a agência estatal "KCNA".

A resolução adotada ontem pelo Conselho de Segurança da ONU representa "outro excesso de autoridade e uma violação da soberania da República Popular Democrática da Coreia (RPDC, nome oficial da Coreia do Norte)", e foi aprovada "sob instruções dos Estados Unidos", afirmou a agência em comunicado.

O regime liderado por Kim Jong-un defendeu seus últimos testes nucleares como "medidas práticas" para lidar com a "ameaça nuclear" e as sanções aplicadas pelos Estados Unidos e "outras forças hostis", acrescentou a nota, assinada pelo Ministério da Defesa de Pyongyang.

"Muitos países, incluindo todos os membros permanentes do Conselho de Segurança, realizaram até o momento milhares de testes nucleares e lançamentos de mísseis, mas o Conselho nunca fez nada a respeito", ressaltou a "KCNA".

O comunicado destacou que a resolução aprovada por unanimidade "desencadeará medidas mais duras de autodefesa" por parte da Coreia do Norte.

O regime norte-coreano acrescentou que "Obama e seus próximos estão muito equivocados se acreditam poder obrigar a RPDC a deixar sua política de armas atômicas e revogar sua condição de potência nuclear mediante sanções".

A nova decisão do Conselho de Segurança da ONU reforça uma série de sanções que este órgão vem aplicando nos últimos anos e especialmente o duro pacote imposto, após o teste nuclear realizado em janeiro, materializadas na resolução anterior 2270.

As novas sanções se concentram em reduzir as exportações de carvão da Coreia do Norte, sua principal venda significativa para o exterior e fonte de divisas, e proíbe também a de outros materiais como cobre e prata, além de impor outras restrições comerciais.

Japão e Coreia do Sul decidiram, além disso, endurecer suas sanções unilaterais ao regime norte-coreano, um gesto destinado a aumentar seu isolamento e que complementa a última resolução da ONU.

Com o teste nuclear de setembro, o quinto e mais potente depois das de 2006, 2009, 2013 e janeiro deste ano, a Coreia do Norte afirmou ter detonado pela primeira vez uma ogiva nuclear acoplável aos mísseis de seu nutrido arsenal.

Por outro lado, a KCNA informou hoje que o líder Kim Jong-un supervisionou na véspera um exercício de artilharia com fogo real perto da conflituosa fronteira do Mar Amarelo, no qual simulou um ataque contra as próximas ilhas da Coreia do Sul.

O exercício, realizado um dia após ser publicada a resolução da ONU, é considero outra amostra que o regime de Kim seguirá com sua política de priorizar o setor militar e não se render às sanções internacionais.

Acompanhe tudo sobre:Coreia do NorteKim Jong-unONUTestes nucleares

Mais de Mundo

Trump divulga site oficial para oferecer vistos de residência nos EUA por US$ 5 milhões

Avião com 242 passageiros cai durante decolagem na Índia

Trump diz que definirá tarifas unilaterais nas próximas duas semanas

Sob Trump, confiança nos EUA cai ao redor do mundo, incluindo no Brasil, revela pesquisa