Agência de Notícias
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 20h44.
O governo cubano calcula em US$ 7,556 bilhões a conta de um ano de sanções econômicas, financeiras e comerciais dos Estados Unidos sobre Cuba.
O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, foi o encarregado de anunciar esse número nesta quarta-feira, quando apresentou o relatório anual sobre o custo do bloqueio (embargo) entre março de 2024 e fevereiro de 2025, um documento que será anexado à resolução anual que Havana está apresentando às Nações Unidas para pedir o fim das sanções.
"O bloqueio gera danos humanitários extraordinários. Não é possível expressar em números o dano emocional que ele gera", declarou Rodríguez em entrevista coletiva com a imprensa internacional.
Rodríguez indicou que o recente endurecimento das sanções dos EUA com a chegada da segunda gestão do presidente republicano Donald Trump fez com que a conta total das sanções aumentasse em 40% em comparação com o período anterior.
Entre as novas sanções, o chanceler destacou o impacto da inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA, o que tem consequências importantes para as transações internacionais.
O ônus econômico das sanções é uma "realidade inegável" de "natureza genocida", que gera "sofrimento" com o objetivo final de realizar uma "mudança de regime" na ilha, argumentou o ministro das Relações Exteriores de Cuba.
No entanto, Rodríguez acrescentou que esse regime de sanções, que vem se expandindo nas últimas sete décadas, "nunca alcançará o objetivo de colocar de joelhos" o povo cubano.
"O bloqueio é o principal obstáculo para a recuperação da economia cubana, para seu crescimento e desenvolvimento econômico", analisou o ministro, uma declaração que é contestada por especialistas e economistas, que também apontam para causas internas.
Há mais de cinco anos, Cuba está imersa em uma grave crise que reduziu seu produto interno bruto (PIB) em 11% e dizimou o poder de compra nacional, além de cortes generalizados de energia e escassez de produtos básicos, como alimentos, medicamentos e combustível.
As sanções, juntamente com as consequências da pandemia de covid-19 e erros na elaboração e implementação de políticas monetárias e econômicas internas, evidenciaram problemas estruturais na economia cubana, que não tem conseguido ser sustentável nas últimas décadas.