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Curdos se negam a abandonar território na Síria

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, advertiu hoje que se os curdos não abandonarem a região, Ancara tomará as medidas necessárias


	Curdos: O presidente turco reconheceu hoje que um dos objetivos da incursão militar é proteger a unidade territorial do país
 (Rodi Said / Reuters)

Curdos: O presidente turco reconheceu hoje que um dos objetivos da incursão militar é proteger a unidade territorial do país (Rodi Said / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2016 às 12h34.

Moscou - Os curdos na Síria se negam a deixar a margem oeste do rio Eufrates como reivindica a Turquia, que lançou nesta quarta-feira uma ofensiva em território sírio para evitar que as milícias curdas tomem o controle de todo o norte do país árabe.

"São zonas curdas, libertadas pelos curdos após sangrentos combates com os terroristas", declarou o representante do Partido da União Democrática (PYD, sigla em curdo) em Moscou, Abdel Salam Ali, à agência oficial "RIA Novosti".

O porta-voz curdo afirmou que a "Turquia entrou ilegalmente em território sírio e agora quer ditar suas condições", em alusão à ofensiva com tanques, artilharia e bombardeios aéreos lançada pelo governo em Ancara contra a cidade de Yarabulus, controlada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

"Por que deveríamos abandonar essa área por exigência da Turquia?", questionou Abdel Salam.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, advertiu hoje que se os curdos não abandonarem a região, Ancara tomará as medidas necessárias.

A Turquia reiterou que não permitirá, em nenhuma hipótese, que as forças curdas expulsem o EI do território controlado pelos jihadistas ao longo da fronteira turca e, desse modo, consigam ligar seus domínios ao leste do rio Eufrates com o reduto curdo de Afrin.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu hoje que um dos objetivos da incursão militar realizada por seu exército contra a cidade de Yarabulus, situada a oeste do rio Eufrates, é proteger a unidade territorial do país.

A operação se dirige "contra organizações terroristas na Síria, como o Estado Islâmico (EI) e o PYD", garantiu Erdogan.

As Forças da Síria Democrática, lideradas pela milícia as Unidade de Proteção do Povo (YPG, sigla em curdo), conquistaram em meados de agosto a cidade de Manbech, que fica 30 quilômetros ao sul de Yarabulus, a localidade que os curdos querem tomar do EI.

Os curdos-sírios denunciaram hoje a morte de 29 pessoas nos ataques realizados pelo exército turco contra Yarabulus.

O PYD advertiu que, caso o governo turco prossiga com sua ofensiva, os enfrentamentos entre o exército turco e as milícias curdas serão "inevitáveis".

"A operação turca é uma clara ocupação de seu país vizinho. Naturalmente, nós resistiremos. Nossos dirigentes tomarão as medidas correspondentes. Se os turcos entrarem em território sírio, os curdos obrigatoriamente terão que enfrentá-los", advertiu Abdel Salam.

Erdogan sustenta que o PYD, que conta com apoio político, mas não militar, da Rússia, é uma organização terrorista.

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