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Departamento de Justiça dos EUA alertou Trump sobre citação em arquivos de Epstein, diz jornal

Presidente teria sido alertado em reunião na Casa Branca; documentos não serão divulgados por conterem material ilegal e dados sensíveis de vítimas

Jornal diz que Justiça inclui nome de Trump em documentos sobre Epstein em maio (Brendan Smialowski/AFP)

Jornal diz que Justiça inclui nome de Trump em documentos sobre Epstein em maio (Brendan Smialowski/AFP)

Publicado em 23 de julho de 2025 às 18h27.

Última atualização em 23 de julho de 2025 às 18h32.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou ao presidente Donald Trump, em maio, que o nome dele aparece em documentos relacionados ao caso de Jeffrey Epstein, de acordo com The Wall Street Journal.

A informação teria sido repassada pela procuradora-geral Pam Bondi e seu vice, durante uma reunião de rotina na Casa Branca, segundo fontes do governo.

Os registros analisados incluem relatos não verificados sobre pessoas que mantiveram algum tipo de relação social com Epstein no passado. Entre os nomes mencionados estão os de figuras públicas, incluindo Trump.

A presença nos documentos, conforme informado ao presidente, não indica envolvimento em irregularidades.

Justiça decide não divulgar novos documentos

Durante o encontro, o jornal destacou que Bondi também informou que o Departamento de Justiça optou por não divulgar mais arquivos do caso Epstein. Segundo o governo, os materiais contêm pornografia infantil e dados sensíveis de vítimas, o que justificaria a decisão de manter o sigilo.

A decisão de encerrar a revisão e suspender novas publicações foi formalizada semanas depois, em 7 de julho, por meio de um memorando publicado no site do Departamento de Justiça. O texto indicava que a análise não identificou lista de clientes, provas de crimes cometidos por terceiros não acusados, nem documentos adicionais que justificassem a divulgação pública.

O FBI não costuma divulgar material que não esteja diretamente relacionado aos crimes investigados. A medida gerou reações entre aliados do presidente, que vinham defendendo a liberação completa dos arquivos. Parte da base política de Trump viu a decisão como uma quebra de promessa.

Maxwell e depoimentos ao grande júri

As autoridades informaram que o Departamento de Justiça tenta marcar uma reunião com Ghislaine Maxwell para colher informações adicionais sobre o caso. Maxwell foi condenada em 2021 por participação no esquema de tráfico sexual, liderado por Epstein, e cumpre pena de 20 anos. Ela tenta anular a condenação alegando irregularidades no julgamento.

Na semana passada, o presidente Trump afirmou que ordenou à procuradora-geral que buscasse a liberação de depoimentos prestados ao grande júri, sujeito à aprovação judicial. Esses depoimentos fazem parte de mais de 300 gigabytes de material recolhido em propriedades de Epstein em 2019. No entanto, autoridades reconhecem que é improvável que esses dados sejam liberados.

Conflito interno no governo

A decisão de manter os documentos sob sigilo provocou tensões internas no governo. O diretor do FBI, Kash Patel, e seu vice, Dan Bongino, teriam defendido a divulgação de mais arquivos. Após o contato da ABC News com a Casa Branca, Bondi e Bongino entraram em conflito direto durante uma reunião, trocando acusações de vazar informações e de prejudicar reputações.

O impasse entre os principais auxiliares expôs divisões sobre a condução da política de transparência no caso. Enquanto isso, apoiadores de Trump seguem pressionando por novas divulgações, alegando que os documentos comprometeriam figuras públicas influentes.

Desde a prisão de Epstein em 2019, Trump declarou que havia rompido relações com ele anos antes. O financista foi encontrado morto em sua cela enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual.

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