Agência de Notícias
Publicado em 28 de junho de 2025 às 13h46.
Pelo menos 50 mineiros morreram neste sábado, 28, depois que uma mina de ouro desabou na região desértica de Howaid, no norte do Sudão, segundo informou uma organização não governamental do estado do Rio Nilo, detalhando que os trabalhadores morreram por asfixia.
Os comitês de resistência do estado afirmaram em um comunicado que "mais de 50 mineiros que trabalhavam dentro da mina no momento do desabamento morreram por asfixia e seus corpos estão sendo recuperados", já que as equipes de emergência não chegaram a tempo devido à localização desértica da área e às más condições das estradas.
Além disso, relataram que o atraso se deveu ao fato de a mina estar localizada no estado do Mar Vermelho, mas sob administração da cidade de Atbara, no estado do Rio Nilo, o que "causou confusão administrativa na resposta ao acidente, além da falta de equipes de emergência especializadas".
A região de Howaid está localizada entre as cidades de Atbara e Haiya, esta última no nordeste do estado do Mar Vermelho, e abriga minas de ouro tradicionais, onde este metal precioso é extraído manualmente e em pequena escala.
Essa mesma área foi palco de um acidente semelhante no último mês de abril, quando parte de uma mina desabou, deixando vários feridos.
Mesmo depois daquela fatalidade, os comitês de resistência denunciaram que as autoridades não implementaram medidas significativas para melhorar a segurança das minas e prevenir esse tipo de acidente.
De acordo com o Ministério de Minerais do Sudão, o setor de mineração artesanal ou tradicional de ouro está disseminado por todo o país, presente em 14 dos 18 estados e empregando mais de dois milhões de pessoas, enquanto o metal é exportado para vários países vizinhos e árabes.
De fato, o controle de recursos naturais como o ouro foi um dos fatores que levaram o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) a iniciar uma guerra em abril de 2023, que até agora resultou em dezenas de milhares de mortes e no deslocamento de cerca de 13 milhões de pessoas.