Redatora
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 05h23.
Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 06h05.
Durante os primeiros oito meses do novo mandato do presidente Donald Trump, a economia mundial enfrentou choques como tarifas mais altas, tensões sobre a independência do Federal Reserve e sinais de maior intervenção estatal nos Estados Unidos.
Apesar das incertezas, os mercados de ações e títulos responderam de forma estável, enquanto o crescimento global segue em expansão. O temor de inflação também não se confirmou, em contraste com previsões de recessão que marcaram o início do mandato.
O Yahoo! Finance destacou que, segundo o BNP Paribas, fatores como condições financeiras favoráveis, balanços robustos de famílias e empresas, além de ganhos de produtividade ligados à inteligência artificial e preços mais baixos de energia, explicam a resiliência.
O receio de uma guerra comercial global não se concretizou. Os EUA firmaram acordos parciais com parceiros da Europa e da Ásia, e as tarifas acabaram sendo mais limitadas do que o inicialmente projetado, com custos divididos entre exportadores, importadores e consumidores.
Ao mesmo tempo, as tentativas de Trump de interferir na liderança do Federal Reserve não alteraram a condução da política monetária. O rendimento dos Treasuries de 10 anos caiu de 4,6% para cerca de 4,1% desde janeiro, indicando que os investidores ainda confiam no mercado americano.
O Fed cortou os juros em 0,25 ponto percentual nesta semana, reforçando a visão de que a inflação está sob controle. O presidente do banco central, Jerome Powell, minimizou o impacto das pressões da Casa Branca em entrevista coletiva, após a decisão.
Na Europa, o Banco Central Europeu revisou para cima a projeção de crescimento deste ano, de 0,9% para 1,2%, citando resiliência da demanda interna.
A Alemanha prepara um pacote fiscal com investimentos em infraestrutura e defesa, que pode elevar o PIB a partir de 2026. Espanha e Itália também apresentaram revisões positivas, enquanto a China manteve sua taxa de juros inalterada diante de exportações firmes e recuperação do mercado acionário.
Mercados emergentes como Brasil, México e Índia vêm se beneficiando de um dólar mais fraco. No caso indiano, cortes de impostos buscam estimular a demanda doméstica para compensar efeitos das tarifas norte-americanas.
Apesar da resistência atual, analistas disseram ao Yahoo que os impactos tarifários podem aparecer de forma mais lenta. O Banco do Japão e gestores de fundos internacionais chamam atenção para desequilíbrios no mercado de trabalho dos EUA, enfraquecimento do setor imobiliário e concentração do crescimento em setores ligados à inteligência artificial.