Agência de Notícias
Publicado em 7 de outubro de 2025 às 11h35.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelaty, indicou nesta terça-feira que "57 países árabes e muçulmanos" normalizarão as relações com Israel se a guerra na Faixa de Gaza for encerrada e quando "houver um horizonte político" para um Estado palestino.
Em entrevista coletiva com o ministro alemão Johann Wadephul no Cairo, Abdelaty descreveu como "decisivas" para esse fim as negociações indiretas que os negociadores de Israel e o grupo islâmico Hamas realizam desde segunda-feira no Egito para implementar a primeira fase do plano de paz na Faixa de Gaza proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Estamos falando de um futuro de grande importância para todo o Oriente Médio. Se conseguirmos parar a guerra e avançar em direção a um horizonte político para estabelecer um Estado palestino, haverá um número significativo de países árabes e islâmicos dispostos a estabelecer relações plenas com Israel", disse Abdelaty.
"O que é necessário é o fim desse conflito e do sofrimento do povo palestino. Qualquer movimento em direção ao fim desse conflito com base em uma solução que incorpore o Estado palestino estabeleceria as bases para uma nova fase na região, na qual Israel será totalmente integrado e normalizará suas relações com 57 países árabes e islâmicos", enfatizou.
O chefe da diplomacia egípcia considerou "crucial" o apoio do presidente dos Estados Unidos às negociações entre as equipes de Israel e do Hamas na cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh, cuja primeira rodada, realizada na segunda-feira, fontes egípcias e palestinas disseram à Agência EFE que ocorreu "em uma atmosfera positiva".
Nessa primeira rodada, as partes negociam, com a ajuda de mediadores de Egito, Catar e Turquia, além dos EUA, os detalhes para a implementação da primeira fase do plano de paz de Trump, que estipula a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas em troca da libertação por Israel de centenas de palestinos.
"Estamos em uma fase decisiva, e a garantia essencial (para seu sucesso) é o presidente Trump, pois ele tem a capacidade de liderar para realizar a segurança e a estabilidade. Seu envolvimento é de particular importância e é a garantia para parar a guerra", acrescentou o chefe da diplomacia egípcia.