Agência de notícias
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 13h26.
Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 13h54.
Nova York está travando uma verdadeira guerra híbrida contra os ratos, criaturas que fazem parte do cenário urbano da cidade, ao lado dos famosos arranha-céus, táxis amarelos e montes de lixo nas calçadas.
Para reduzir a população desses roedores, a cidade tem adotado métodos diversificados, que incluem tecnologias avançadas, contraceptivos, e até mesmo injeções de dióxido e monóxido de carbono nas tocas para asfixiar os animais.
Além de medidas sofisticadas, a cidade tem investido em métodos simples e acessíveis para a população, como a eliminação de restos de comida nas ruas, o fechamento de buracos em prédios e a educação dos cidadãos sobre como evitar a proliferação dos ratos.
A especialista Caroline Bragdon, diretora de Intervenções Comunitárias dos Serviços de Controle de Pragas da prefeitura de Nova York, afirma que a redução de alimentos disponíveis estressa os ratos e pode ter um impacto direto na sua reprodução.
A cidade está conduzindo um programa piloto de gestão integrada de pragas no Harlem, com o objetivo de testar métodos e produtos para minimizar a presença de ratos.
Em Nova York, uma cidade com 8,5 milhões de habitantes, os roedores encontram fontes de alimento abundantes em locais como calçadas, lixeiras transbordando e parques.
Bragdon alerta que os ratos seguem os seres humanos em busca de comida, seja em alimentos descartados de maneira inadequada ou até mesmo dados a pombos.
Os ratos precisam de cerca de 28 gramas de comida e a mesma quantidade de água por dia. Esse consumo diário os torna extremamente prolíficos, com uma fêmea podendo gerar até 12 filhotes por ninhada e até sete ninhadas ao longo de sua vida curta.
Para combater a proliferação, a estratégia da cidade inclui eliminar o que os ratos precisam para sobreviver, interrompendo seu ciclo de reprodução.
Para melhorar o monitoramento, os 70 inspetores do departamento de controle de pragas usam um aplicativo em seus telefones para detectar e mapear a atividade dos roedores, permitindo ações mais rápidas e eficazes.
O uso de tecnologia é complementado por ações diretas na comunidade, com a cidade promovendo treinamento para moradores e administradores de imóveis sobre como limpar adequadamente os espaços urbanos.
O esforço para controlar a população de ratos inclui um significativo aumento no orçamento destinado à limpeza da cidade. Para o próximo ano fiscal, o prefeito Eric Adams comprometeu-se a alocar mais de US$ 32 milhões (aproximadamente R$ 176 milhões) para a limpeza das ruas, dos quais US$ 4,7 milhões (quase R$ 26 milhões) serão especificamente direcionados ao controle de roedores.
Apesar dos desafios, os dados indicam que as ações estão surtindo efeito. Em 2024, as queixas relacionadas à presença de ratos caíram 25% em comparação com o ano anterior, e áreas como o bairro chinês de Manhattan já conseguiram controlar de maneira eficaz a população de roedores. A cidade espera que, com as estratégias implementadas, 2025 seja um ponto de virada significativo na batalha contra os ratos.