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EUA apenas para os ricos? Trump lança programa de visto de moradia que pode custar até US$ 1 milhão

Em uma publicação na rede social Truth Social, presidente afirmou que o "Trump Gold Card" vai beneficiar principalmente os contribuintes americanos com as mudanças no sistema de imigração

Trump assina ordem executiva do programa Gold Card

Trump assina ordem executiva do programa Gold Card

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 20h09.

Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 20h16.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta sexta-feira, 19, estabelecendo o programa "Gold Card" para vender residências nos EUA.

Em uma publicação em seu perfil na rede social Truth Social, o republicano afirma que o cartão Trump Gold Card estará disponível por US$ 1 milhão para pessoas físicas e US$ 2 milhões para pessoas jurídicas.

Para o republicano, o sistema de imigração do país fracassou, permitindo que muitas pessoas entrassem em solo norte-americano ilegalmente. Ele defende que este é momento para os cidadãos se beneficiarem financeiramente de um sistema de imigração baseado em meios legais.

"Hoje, temos o orgulho de anunciar o TRUMP GOLD CARD. O cartão estará disponível por US$ 1 milhão para pessoas físicas e US$ 2 milhões para empresas. Por muito tempo, tivemos milhões de imigrantes ilegais entrando em nosso país, e nosso sistema de imigração estava falido. Já passou da hora de o povo americano e os contribuintes americanos se beneficiarem do nosso sistema de imigração LEGAL", afirmou Trump, no texto.

Trump também afirmou que há expectativa de que o Trump Gold Card possa arrecadar mais de US$ 100 bilhões em pouco tempo.

"Esse dinheiro será usado para reduzir impostos, apoiar projetos de crescimento e pagar nossa dívida", acrescentou.

Como funciona o Trump Gold Card?

De acordo com o site que divulga o programa, indivíduos podem comprar residências nos Estados Unidos por meio do "Trump Gold Card" devem pagar US$ 1 milhão, além de uma taxa de processamento e da verificação de antecedentes.

Em breve será oferecido também o "Platinum Card" por US$ 5 milhões, que permitirá aos beneficiários permanecer nos EUA por até 270 dias sem estarem sujeitos à tributação sobre a renda obtida fora do país.

Além disso, empresas que contribuírem com US$ 2 milhões poderão garantir residência nos EUA para um número não especificado de seus funcionários, segundo o site do programa.

“O Trump Corporate Gold Card permite que sua empresa transfira o acesso de um funcionário para outro, mediante o pagamento de uma taxa de transferência e checagem pelo DHS. Também será cobrada uma pequena taxa anual de manutenção”, informou o site, em referência ao Departamento de Segurança Interna.

Trump havia antecipado a criação do "Gold Card" em fevereiro, apresentando a ideia junto ao secretário de Comércio, Howard Lutnick. A proposta foi destacada como uma estratégia para atrair investimentos, criar empregos e gerar receita para reduzir o déficit. Lutnick acompanhou Trump em um evento na Casa Branca nesta sexta-feira para o anúncio oficial da iniciativa.

Os vistos destinados aos super-ricos fazem parte dos esforços de Trump para reformular o sistema de imigração dos Estados Unidos, ampliando as deportações de imigrantes indocumentados. O presidente já manifestou sua intenção de expandir os caminhos legais para a cidadania, especialmente para indivíduos de alta renda.

O anúncio ocorre no contexto em que Trump também está buscando uma reforma ampla no programa de vistos H-1B, propondo uma taxa de US$ 100 mil para as solicitações, visando limitar o uso excessivo do visto. Essa medida tornaria significativamente mais caro para empresas de tecnologia e outras organizações contratar engenheiros estrangeiros e profissionais qualificados para preencher vagas de alta demanda.

Trump chegou a sugerir que até 1 milhão de pessoas poderiam comprar os cartões, mas especialistas em imigração alertaram que o número de indivíduos com capacidade financeira para participar do programa seria bem menor, segundo informações da Bloomberg.

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