Mundo

EUA apreendem R$ 55 milhões em criptomoedas ligadas ao cartel de Sinaloa durante operação

Ação também resultou na apreensão de toneladas de drogas e revela nova frente de atuação do tráfico internacional

Maior ofensiva do ano contra o cartel de Sinaloa apreende drogas e criptos nos EUA (Reprodução)

Maior ofensiva do ano contra o cartel de Sinaloa apreende drogas e criptos nos EUA (Reprodução)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 16 de julho de 2025 às 12h21.

Agentes da DEA (a agência antidrogas dos Estados Unidos) apreenderam mais de US$ 10 milhões em criptomoedas (cerca de R$ 55 milhões, na cotação atual) durante uma série de operações que miraram o cartel de Sinaloa, um dos mais poderosos e violentos do México.

A ofensiva, anunciada na terça-feira, 15, pelo Departamento de Justiça americano, também resultou na apreensão de grandes quantidades de fentanil, metanfetamina e outras drogas, além de dezenas de prisões em diversos estados.

De acordo o jornal americano CBS News, as autoridades afirmaram que os valores em criptomoedas estavam diretamente ligados ao cartel de Sinaloa e foram confiscados em Miami.

Desde janeiro, as operações em âmbito nacional resultaram na apreensão de 44 milhões de comprimidos de fentanil, mais de 2 mil quilos de pó da substância e cerca de 29 mil quilos de metanfetamina, segundo comunicado oficial.

"A DEA está atingindo os cartéis onde mais dói: com prisões, apreensões e pressão implacável", afirmou o administrador interino da DEA, Robert Murphy.

Além da apreensão digital, a agência destacou a descoberta de mais de 770 quilos de metanfetamina escondidos em um veículo em Galveston, no Texas, com valor estimado em US$ 15 milhões (R$ 82,5 milhões). Outras drogas foram encontradas camufladas em cargas de alimentos: 320 quilos de metanfetamina em um carregamento de pepinos na Geórgia e 355 quilos em um caminhão refrigerado com mirtilos, também no Texas.

O cartel de Sinaloa, que foi classificado pelo ex-presidente Donald Trump como uma organização terrorista global, tem histórico de extrema violência e uso de tecnologia para fins criminosos. Recentemente, o Departamento de Justiça revelou que o grupo contratou um hacker para invadir sistemas de telefonia e câmeras de vigilância da Cidade do México, com o objetivo de localizar e assassinar informantes do FBI.

No fim de junho, autoridades mexicanas encontraram vinte corpos — alguns decapitados — pendurados em uma ponte rodoviária em uma região sob disputa entre facções rivais do cartel. A descoberta causou comoção no país e evidenciou a escalada de brutalidade do grupo.

A ofensiva da DEA ocorre poucos dias após Ovidio Guzmán López, filho de Joaquín “El Chapo” Guzmán, um dos fundadores do cartel, ter se declarado culpado por tráfico de drogas em um tribunal de Chicago. O acordo firmado com promotores pode reduzir sua pena. Já seu pai cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos desde 2019, após um julgamento de grande repercussão.

Operador financeiro morto

Morreu neste sábado, 12, o suposto operador financeiro do cartel de Sinaloa, no México, conhecido pelo apelido "El 30". Norberto "N" foi morto durante um confronto entre forças de segurança e civis armados no estado mexicano.

A troca de tiros aconteceu em uma estrada de terra na região de Tacuichamona, ao sul de Culiacán, informou o jornal Milenio.

Acompanhe tudo sobre:MéxicoEstados Unidos (EUA)CriptomoedasMortesDrogas

Mais de Mundo

Investigação dos EUA sobre comércio traz grande risco ao Brasil, diz especialista

Brasil espera resposta do governo Trump sobre tarifas há 2 meses, diz carta do governo Lula

Alta na inflação pode representar riscos à política tarifária do governo Trump, diz jornal

Trump planeja impor tarifa geral de cerca de 10% a países pequenos