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EUA e China retomam negociações em Madri com impasse sobre tarifas e futuro do TikTok

Esta é a quarta rodada de negociações comerciais, depois de Genebra, Londres e Estocolmo, e está programada para durar até 17 de setembro

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 11h31.

Última atualização em 14 de setembro de 2025 às 12h05.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, começaram a se reunir pouco depois das 14h locais (9h em Brasília) deste domingo, 14, no Palácio de Santa Cruz, em Madri, para negociar um acordo sobre tarifas, controles de exportação e o futuro do TikTok.

Esta é a quarta rodada de negociações comerciais, depois de Genebra, Londres e Estocolmo, e está programada para durar até 17 de setembro.

Os representantes de ambos os países foram recebidos no Palácio de Santa Cruz, sede do Ministério das Relações Exteriores da Espanha, pelo ministro José Manuel Albares, que agradeceu, em nome do governo espanhol, por terem escolhido Madri como a cidade para essa reunião bilateral.

Em comunicado, Albares destacou que a política externa espanhola está comprometida com a diplomacia e a negociação para alcançar o entendimento entre as nações, para o qual o Ministério das Relações Exteriores se apresenta como uma "ponte para a aproximação e o diálogo" e está satisfeito por ter sido escolhido como o local para essa rodada de negociações.

A reunião dos negociadores ocorre após a prorrogação, em agosto, da trégua tarifária que estendeu a suspensão de novas tarifas até novembro e reduziu as tarifas impostas anteriormente para 30% sobre produtos chineses e 10% sobre produtos americanos.

O encontro também coincide com o prazo de 17 de setembro estabelecido por Washington para que a permissão do TikTok para operar em solo americano expire.

A reunião de Madri também busca preparar o caminho para uma reunião entre os presidentes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, que poderão se encontrar no final de outubro na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em Gwangju, na Coreia do Sul.

De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, Bessent e He "discutirão questões-chave de interesse mútuo em segurança nacional, economia e comércio, incluindo o TikTok e a cooperação em redes de lavagem de dinheiro que ameaçam tanto os Estados Unidos quanto a China".

Apesar do progresso, as tensões comerciais entre os dois países persistem e Trump ameaçou tomar novas medidas se Pequim não garantir o fornecimento de minerais estratégicos ou se mantiver seu apoio a Moscou na guerra da Ucrânia.

Pouco antes do início da reunião de Madri, o Ministério do Comércio da China anunciou a abertura de duas investigações sobre as importações e políticas dos EUA no setor de semicondutores.

Trata-se de uma investigação "antidumping" sobre determinados circuitos integrados analógicos procedentes dos EUA, após uma solicitação de uma associação provincial do setor, e uma segunda investigação "antidiscriminação" contra medidas americanas que, desde 2018, restringiram a exportação de semicondutores para a China ou limitaram a atividade de empresas com vínculos com o país asiático. 

Ameaças de banimento do TikTok

O impasse em relação à rede social chinesa acontece desde abril de 2024, quando o presidente Biden sancionou uma lei que proibia o TikTok a menos que a Bytedance - dona do aplicativo - o vendesse no prazo de um ano.

O aplicativo ficou brevemente indisponível nos EUA em janeiro de 2025. A situação mudou quando o recém-empossado presidente Donald Trump adiou o banimento, em vez de aplicá-lo imediatamente.

Mais recentemente, em julho, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o TikTok terá que encerrar suas operações no país caso a China não aprove o acordo de venda do aplicativo, usado por cerca de 170 milhões de americanos.

 

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