O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em uma postagem em seu perfil no Truth Social que os Estados Unidos realizaram um ataque bem-sucedido contra três instalações nucleares no Irã neste sábado, 21, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan.
Trump afirmou que todos os aviões já haviam saído do espaço aéreo iraniano e que a carga completa de bombas foi lançada no principal site, Fordow. Trump parabenizou os militares americanos, destacando que "não existe outro exército no mundo capaz de realizar tal missão", e concluiu com um apelo: "Agora é o momento para a paz".
"Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido aos três sites nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan. Todos os aviões já estão fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga completa de BOMBS foi lançada no site principal, Fordow. Todos os aviões estão a caminho de casa com segurança. Parabéns aos nossos grandes Guerreiros Americanos. Não há outro exército no mundo que poderia ter feito isso. AGORA É O MOMENTO PARA A PAZ! Obrigado pela atenção a este assunto", escreveu o presidente.
Instalações nucleares são alvo de Trump
Os três locais mencionados por Trump como alvos do ataque na noite de sábado incluem os dois principais centros de enriquecimento de urânio do Irã: a instalação subterrânea em Fordow e a planta maior em Natanz, que já havia sido atingida por Israel alguns dias antes com armas de menor porte.
O terceiro local, situado perto da histórica cidade de Esfahan, é considerado o local onde o Irã armazena urânio enriquecido a níveis próximos ao de material para bombas, o que foi confirmado por inspetores há apenas duas semanas. A destruição desses sites representaria um grande retrocesso no programa nuclear iraniano por vários anos, a menos que existam outras instalações não detectadas.
Antes do ataque, uma frota de bombardeiros B-2, capazes de transportar bombas para destruir abrigos, foi rastreada ao seguir para o oeste, partindo do Missouri, com a previsão de que estivessem a caminho de Guam.
Bombardeiros B-2 provavelmente foram usadas no ataque
De acordo com um oficial dos Estados Unidos ouvido pela Reuters, bombardeiros B-2 estiveram envolvidos nos ataques às instalações nucleares iranianas.
O B-2 Spirit, mais conhecido como bombardeiro stealth ou B-2, é um bombardeiro estratégico de longo alcance operado pela Força Aérea dos Estados Unidos. Desenvolvido pela Northrop (posteriormente Northrop Grumman) sob o projeto Advanced Technology Bomber (ATB), o B-2 é famoso por sua tecnologia de furtividade de baixo perfil, que permite que ele penetre defesas antiaéreas densas sem ser detectado.
Com um design de asa voadora, o B-2 minimiza suas assinaturas de radar, infravermelho, acústica, eletromagnética e visual, dificultando sua detecção por sistemas de defesa inimigos. Além disso, o bombardeiro é capaz de carregar munições convencionais e nucleares, com uma capacidade de carga superior a 40 mil libras (mais de 18.000 kg), incluindo até 80 bombas guiadas por GPS de 500 libras ou 16 bombas nucleares de 2.400 libras.
O B-2 tem um alcance de cerca de 6.000 milhas náuticas (9.600 km) sem reabastecimento, podendo alcançar 10 mil milhas náuticas (18.500 km) com reabastecimento aéreo, o que dá a ele uma capacidade ofensiva global.
O custo do bombardeiro B-2 foi extremamente alto. Cada unidade do B-2, considerando os custos de desenvolvimento, engenharia e produção, foi estimada em aproximadamente US$ 2,1 bilhões. Devido ao alto custo e mudanças nas prioridades estratégicas após o fim da Guerra Fria, apenas 21 unidades do B-2 foram produzidas, tornando-o uma das aeronaves mais caras da história da aviação militar.
Com um tripulante composto por dois membros — piloto e comandante de missão — o B-2 foi usado em combates pela primeira vez durante a Guerra do Kosovo em 1999, e desde então tem sido um componente essencial da estratégia militar dos EUA.
Entenda o conflito
O conflito entre os Estados Unidos, Israel e o Irã atingiu um novo pico na noite de sábado, quando os EUA lançaram ataques aéreos contra três espaços nucleares iranianos — Fordow, Natanz e Esfahan.
Os ataques ocorreram após uma semana de intensos combates aéreos entre Israel e Irã, com Israel atacando instalações nucleares e militares iranianas na tentativa de interromper o programa de armas nucleares do Irã.
Trump justificou a ação como uma resposta à contínua ambição nuclear do Irã e à recusa de Teerã em desmantelar seu programa nuclear. O presidente americano exigiu a "rendição incondicional" do Irã e deu um ultimato ao país, ordenando que abandonasse seu programa nuclear ou enfrentasse ações militares decisivas. O ataque dos EUA foi visto como uma medida para forçar o Irã a se submeter às exigências internacionais.
Este conflito reflete as tensões de longa data entre os três países, com o Irã persistindo em seu desenvolvimento nuclear, enquanto os EUA e Israel buscam impedir que o país adquira a capacidade de fabricar armas nucleares, representando uma ameaça crescente para a estabilidade no Oriente Médio.
O que pode acontecer agora?
Especialistas apontaram que a decisão de Trump de atacar o Irã marca o início de uma fase incerta na política e na segurança do Oriente Médio.
Ray Takeyh, especialista em estudos sobre o Oriente Médio do Council on Foreign Relations, disse ao The New York Times que "essa é uma nova etapa, e provavelmente problemática" do conflito.
Ele também destacou que os líderes iranianos provavelmente sentirão uma pressão crescente dentro do país para reagir, o que poderia resultar em ataques contra alvos militares dos EUA ou seus aliados.
Takeyh enfatizou que o Irã foi humilhado de maneira significativa, o que o torna vulnerável tanto à população quanto aos críticos internos. "Eles precisariam restaurar seu orgulho de alguma forma", afirmou ao New York Times.
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